A criminalidade envolvendo crianças e adolescentes em Montes Claros caiu 29%, segundo dados da Polícia Militar. A queda considera os anos de 2019 e 2020. O número de ocorrências registradas pulou de 1.034 para 740.
Analisando o primeiro semestre de 2021, em comparação com o mesmo período do ano passado, a diminuição é de 6%.
Redução foi registrada de 2019 para 2020, fruto de integração entre os órgãos que compõem a justiça criminal. Tráfico ilícito de drogas é o crime mais cometido por menores infratores, aponta balanço da corporação.
O comandante do 10º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Giovane Rodrigues de Oliveira, explica que a integração entre os órgãos que compõem a justiça criminal é um dos principais fatores para os índices positivos.
“A interação entre as Polícias Militar e Civil, o Ministério Público e o Judiciário tem proporcionado respostas eficientes. Na cidade, nove autores são presos em flagrante a cada 10 crimes que ocorrem. Isso desestimula àqueles que querem delinquir. O senso de impunidade, que é um grande motivador da criminalidade, passa a existir em menor proporção e o sistema fica harmonioso”.
De acordo com o balanço da PM, os principais crimes cometidos por menores infratores, de janeiro a julho deste ano, foram:
- tráfico ilícito de drogas
- ameaça
- lesão corporal
- vias de fato/agressão
- furto
- uso e consumo de entorpecentes
- receptação
- roubo
“O tráfico de drogas continua sendo o crime mais cometido por esse público e isso se deve a uma falta de estrutura pública adequada e efetiva para prevenção. E para piorar a situação, recentemente, a ONU publicou um artigo chamando a atenção para o fato de que, durante a pandemia, houve um acréscimo no consumo de entorpecentes. O problema é mais complexo do que se pensa e exige esforços conjuntos”, fala o tenente-coronel.
Para o militar, apesar do cenário positivo em Montes Claros, lidar com a delinquência infanto-juvenil ainda é um desafio no Brasil. Ele cita, como exemplo, a falta de vagas nos centros de recuperação e as medidas socioeducativas, que, na opinião dele, se limitam, na maioria delas, a aconselhamentos verbais.
“Nós temos uma das legislações mais modernas sobre o assunto. No entanto, a legislação exige que o Estado se organize para fazer as intervenções que a lei prevê. E o Estado não se preparou para isso. Nós temos uma justiça muito bonita no papel, mas, na prática, falta condições para dar respostas aos delinquentes”, finaliza.