A Polícia Civil está investigando as circunstâncias da morte de um menino de 5 anos, ocorrida nesta quinta-feira (18), em Mirabela, no Norte de Minas.
Inicialmente, a polícia recebeu informações de que Henzo Gabriel Mendes de Souza teria caído de uma árvore e cortado o pescoço. Ele chegou a ser socorrido, mas teria já chegado sem vida ao hospital.
Informações iniciais apontavam que a criança teria caído de uma árvore, mas laudo não apontou traumatismo como a causa da morte. Pedaços de pau com cacos de vidro nas pontas foram apreendidos no local onde a vítima brincava antes de morrer.
De acordo com o delegado Giovane Siervi, responsável pela investigação do caso, o laudo da necrópsia aponta que a criança não morreu devido à suposta queda.
“O corpo foi encaminhado para o posto médico legal e exames preliminares deram conta de que a causa da morte foi uma perfuração que ela teve no pescoço, e não um traumatismo por queda. Essa queda não se sustenta, porque a causa do óbito foi hemorragia provocada por um instrumento perfuro contundente e não traumatismo ”, revela o delegado.
A perícia esteve no local onde a criança foi encontrada. Foram apreendidos dois pedaços de pau com cacos de vidro amarrados nas pontas com fita crepe. Em um dos objetos, foi encontrado vestígio de sangue.
Ainda de acordo com o delegado, a informação inicial aponta que Henzo Gabriel foi encontrado sozinho, mas ele estava brincando com outras crianças pouco antes. Giovane Siervi afirma que essas varetas com pedaços de vidro podem ter sido utilizadas por uma das crianças que estavam com Henzo.
“Nós iremos juntar os laudos, o relatório da necrópsia e também o laudo do local do crime. Iremos ouvir as testemunhas e procurar identificar as crianças que estavam brincando com a vítima no momento do fato, a fim de encontrar os responsáveis e descobrimos quem foram as crianças que confeccionaram esse brinquedo, que acabou se transformando numa arma, e qual criança que utilizou essa vareta para atingir a vítima, causando o seu óbito”, disse o delegado.
Segundo ele, por serem menores de 12 anos, todas as crianças que estavam com a vítima são inimputáveis, ou seja, não podem ser responsabilizadas por quaisquer crimes.
“Com relação a elas não existe punição, porque são inimputáveis. No entanto, cabe à polícia esclarecer todas as circunstâncias do evento a fim de que a verdade apareça por completo”, destacou.
Entenda o caso
Henzo Gabriel Mendes Souza morreu na tarde desta quinta-feira (18), em Mirabela.
De acordo com a Polícia Militar, o menino brincava com outras crianças em um lote. Uma vizinha disse que chamou as filhas para entrar e deixou o garoto brincando sozinho.
A mulher disse ainda aos policiais que ouviu um grito de criança, que em seguida começou a chamar pela mãe. Ao sair no portão, ela e sua filha viram Henzo ajoelhado apoiado em um monte de areia debaixo do pé de pequi.
Os familiares presentes no local informaram aos militares que é de costume as crianças brincarem na rua e que não viram nenhum estranho.
Após a morte do menino, a Prefeitura de Mirabela lamentou o falecimento de Henzo, que era estudante do primeiro período no Cemei Chapeuzinho Vermelho.
“Neste momento de profunda dor, a Prefeitura se solidariza com familiares e amigos”.