Fonte: G1 Zona da Mata
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou Jaime Tristão Alves, suspeito do desaparecimento da ex-mulher, Cláudia de Paiva Rezende,em Juiz de Fora. A informação foi confirmada ao G1 nesta segunda-feira (4) pelo titular da 9ª Promotoria de Justiça, Hélvio Simões Vidal, que ofereceu a denúncia no dia 25 de outubro.
De acordo com o promotor, Jaime Tristão foi denunciado por feminicídio e ocultação de cadáver. Ele segue preso preventivamente. A ex-mulher dele, Cláudia de Paiva, continua desaparecida há quase quatro meses.
Cláudia de Paiva Rezende foi vista pela última vez entrando no carro do ex-marido. Jaime Tristão Alves segue preso preventivamente; o G1 conversou com a defesa dele.
Ao G1, Hélvio Simões explicou que um dos motivos da denúncia, foi o fato de os filhos da vítima terem reconhecido a mulher que entrou no carro do suspeito como sendo a Cláudia.
“A principal prova foi o reconhecimento deles, que informaram que a mãe entrou no veículo de Jaime Tristão e seguiu rumo ignorado”, contou.
O advogado de defesa do denunciado, José Adalberto, informou que vai apresentar uma defesa preliminar em até cinco dias. O caso é investigado na 3ª Delegacia de Polícia Civil, que aguarda o resultado dos laudos periciais para conclusão do inquérito. Os laudos estão em andamento em Belo Horizonte.
Denúncia
Como narra a denúncia da9° Promotoria de Justiça, os filhos da vítima reconheceram a mãe nas imagens obtidas pelas câmeras de segurança, como sendo a pessoa que, usando um body rosa, calça jeans, um caso de cor preta e uma bolsa marrom, em direção à Rua Heraldo Guerra Peixe, no Bairro Nova Era, que entrou no veículo de Jaime.
Também consta no documento que “em sequência imediata o referido carro deixa o local, tomando rumo ignorado”.
“Pelo conteúdo da prova testemunhal e das perícias constantes do Inquérito Policial, conclui-se que Jaime Tristão praticou feminicídio de Cláudia de Paiva, fato consumado em 06/07/2019, após 16h54min50s, ocultando o cadáver da vítima em local indeterminado, fazendo desaparecer os vestígios materiais do crime”, diz a denúncia
Conforme Simões, uma audiência de instrução, com data ainda a definir, será realizada para decidir as próximas fases do processo. Durante a sessão, seis testemunhas devem ser ouvidas, entre defesa e acusação.
Relembre o caso
Cláudia de Paiva foi vista pela última vez no dia 6 de julho deste ano, no Bairro Nova Era. O Boletim de Ocorrência (BO) de desaparecimento foi registrado pelo ex-marido no dia 8 de julho na Polícia Militar (PM). No mesmo dia, o caso foi encaminhado para a 3ª Delegacia, que foi procurada por familiares dela.
No dia 7 de agosto, o delegado responsável pelo caso, Rafael Gomes, divulgou informações sobre a apuração do casoe explicou que o ex-marido era considerado suspeito, por causa de um vídeo que comprovaria que ele foi a última pessoa a ter contato com a mulher.
Conforme a Polícia Civil, as investigações apontam que a mulher que entrou no carro do suspeito seria Cláudia de Paiva. Ainda de acordo com o delegado, após a autorização judicial para a quebra do sigilo telefônico, foi registrado que Jaime ligou para a ex-mulher antes do momento registrado pelas câmeras e, desde então, o celular dela não recebeu mais chamadas e ela não foi mais vista.
No dia 8 de agosto, Jaime Tristão Alves foi localizado em uma casa na cidade de Rochedo de Minas pela Polícia Civil, que cumpriu o mandado de prisão temporária.
“Na primeira versão, ele contou que, no dia 6, saiu de casa de manhã para alguns afazeres. Posteriormente, ficou das 12h às 19h em um bar na Zona Norte com os amigos. Depois foi para uma exposição agropecuária em uma cidade vizinha e, ao voltar para casa, dormiu”, disse o delegado.
O advogado de defesa do suspeito afirma que o cliente dele não tem relação com o desaparecimento da ex-mulher. Segundo ele, as gravações de câmeras divulgadas pela Polícia Civil, informando que ela teria entrado no veículo de Jaime, não condizem com a verdade.
Em 16 de agosto, a Justiça converteu em preventiva a prisão temporária de Jaime Tristão.