Justiça indicia oitivas de ex-proprietários de construtora investigada em Divinópolis

Fonte: G1 Centro-Oeste de Minas

O casal ex- proprietário da Construtora RBH, Péricles Hazana Marques Júnio, Sandra Mara de Oliveira Barros e o filho deles Rafael Marques, serão ouvidos nesta terça-feira (5) no fórum de Divinópolis. Além da família, também devem ser ouvidos Heloísa Helena e Gabriela Barros, apontadas nas investigações como laranja do esquema de estelionato cometido pela família.

Péricles e Sandra começaram a ser procurados após cerca de 35 pessoas denunciarem a construtora RBH, que foi fechada sem que houvesse feito a entrega dos imóveis aos clientes. O caso tornou-se público em 14 de setembro.

Serão ouvidos nesta terça-feira (5) o casal Péricles Hazana Marques Júnio, Sandra Mara de Oliveira Barros e o filho deles, Rafael Marques. As investigações começaram em setembro de 2018.

Em 2018, a família chegou a ficar três meses presa. Após três pedidos de liberdade negados, o juiz Cristiano de Oliveira Cesariano concedeu o Habeas Corpus mediante pagamento de fiança. Atualmente, a família aguarda o término das investigações em liberdade, na cidade de Itajaí, em Santa Catarina.

Golpes

No início das investigações, a Polícia Civil de Divinópolis estimava um prejuízo mais de R$ 50 milhões, um dos maiores casos registrados nos últimos 10 anos na cidade. O valor foi revisto após o surgimento de novas denúncias. O caso tornou-se público em 14 de setembro.

Em entrevista ao G1 na época, o delegado regional da Polícia Civil, Leonardo Moreira Pio, afirmou que os sócios da construtora forjaram uma separação para que Sandra pudesse ficar com todo o patrimônio do casal. Além disso, ela teria simulado um pedido para que a sociedade entre os dois fosse desfeita.

O casal e o filho foram detidos em Itajaí em Santa Catarina, no dia 21 de setembro de 2018. Eles foram trazidos para Divinópolis quase uma semana depois. Os investigados foram ouvidos pela Polícia Civil e em seguida, encaminhados para o presídio Floramar e um mês depois transferidos para o presídio em Bambuí.

Investigação

A delegada da Polícia Civil responsável pelo caso, Adriene Lopes contou que o inquérito sobre a construtora tem mais de 400 páginas dividas em nove pastas. Se comprovados os fatos, os investigados poderão responder pelos crimes de estelionato, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime falimentar, previsto na Lei de Falências.

Em Divinópolis a Polícia Civil estima que existam cerca de 80 vítimas. Conforme ainda delegada, as investigações apontaram que, desde 2014, os empresários já sabiam que não teriam condições de fazer a entrega dos três prédios que estavam comercializados- inclusive, um desses empreendimentos nem chegou a sair da planta.

“Temos prova da prática do crime de estelionato e prova da prática do crime de apropriação indébita. Por documentos que juntamos, conseguimos provar que a empresa estava em situação difícil desde 2014. Ela não conseguia mais pagar os funcionários e os débitos trabalhistas”, disse Adriene.

Investigados

Após serem presos e trazidos a Divinópolis o casal e o filho foram ouvidos pela Polícia Civil. Na ocasião, uma coletiva de imprensa foi realizada, e os investigados falaram sobre o caso.

“O caso está com nossos advogados. Eles vão provar que não fiz nada. Já falamos com a delegada e também está tudo esclarecido”, disse Péricles, em entrevista ao G1 em 2018.

Já a esposa pediu que respeitassem o momento da família e também afirmou que a família é inocente.

“Gostaria que houvesse respeito porque os nossos advogados estão cuidando de tudo e houve um marketing muito grande em cima disso. Estamos nos defendo e, se a justiça realmente prevalecer, ela vai ser cumprida”, disse Sandra.