Um motorista de aplicativo foi sequestrado e mantido refém , na madrugada desta sexta-feira (10), no bairro Célvia,em Vespasiano, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada pelos familiares da vítima dizendo que ele estaria sofrendo extorsão e cárcere privado. Os homens solicitavam a troca da vítima pelo valor de R$ 2.500.
Segundo os familiares, eles foram chantageados pelos suspeitos que usavam o celular da vítima e disseram que o dinheiro deveria ser entregue no antigo cemitério da cidade.
Os militares montaram uma operação no suposto local de resgate, juntamente com o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e Comando de Aviação do Estado (ComAvE).
Os policiais viram o carro da vítima, um Siena preto, passando em alta velocidade, mas os homens fugiram. Momentos depois, ainda nas proximidades, a vítima, de 23 anos, surgiu pedindo ajuda e relatando o roubo.
De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima disse que, além de trabalhar como motorista de aplicativo, também realiza corridas particulares para uma empresa e, diariamente, leva um funcionário até o trabalho. Relatou que liga o aplicativo para retornar para Belo Horizonte.
Porém, na tarde de quarta-feira (8), foi parado por um jovem que solicitou uma corrida até a MG-010, próximo ao viaduto que liga BH a Lagoa Santa.
Os suspeitos pediram aos familiares da vítima R$ 2.500 para o resgate.
Na manhã de quinta-feira (9), antes de iniciar o trabalho, já em Belo Horizonte, o homem encontrou um celular no chão do veículo enquanto limpava o carro. O aparelho estava quase descarregado e após mexer nele, verificou que havia a foto de uma moça, mas que o celular era bloqueado.
A vítima contou ainda que guardou o celular em sua casa e saiu para trabalhar. Já na madrugada desta sexta-feira (10), ele trouxe novamente o funcionário da empresa que presta serviços até Vespasiano para deixá-lo em casa. Ao retornar o veículo, o mesmo jovem que havia feito a corrida até a MG-010, o abordou e começou a questionar onde estaria o telefone que havia deixado em seu carro.
Segundo os policiais, a vítima falou que não sabia que o telefone era dele, pois tinha uma mulher na foto do celular, mas garantiu que ainda hoje devolveria o telefone. O homem então teria afirmado que a vítima tinha roubado o celular e que quem rouba na favela, sofre as consequências. Nesse momento, segundo a versão do motorista, o suspeito retirou a chave da ignição desligando o veículo.
O suspeito teria ameaçado a vítima. O motorista ligou para sua mãe pedindo que saísse de BH e levasse o celular até Vespasiano. O homem pegou o telefone de sua mão e mais dois indivíduos entraram no carro e começaram a agredi-lo. A vítima foi atingida na orelha e cabeça.
Os homens levaram a vítima até uma mata, o colocaram no porta-malas do veículo e seguiram para um determinado trajeto. Segundo a vítima, durante a rota, os indivíduos exigiam da família o valor de R$2.500 em dinheiro, além da devolução do celular. Caso contrário, o matariam.
Os suspeitos deixaram a vítima em um local e fugiram quando perceberam que a PM realizava buscas na região. O carro foi danificado, o para-brisas quebrado, e o estepe e rádio foram levados.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, a mãe da vítima foi até o local e abandonou o celular atrás do poste na rua em que os militares estavam. Ela contou aos policiais que teve medo porque toda a família foi ameaçada de morte. Os militares não localizaram o aparelho celular.
O veículo foi removido para o Pátio de Vespasiano. Até o momento, não houve prisão.