Uma pesquisa realizada pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta que 14,6% de estudantes de 13 a 17 anos no Brasil afirmam ter sofrido violência sexual em algum momento na vida.
Segundo coordenadora da pesquisa, crime, geralmente, é cometido por pessoas próximas às vítimas, como familiares, namorados, ex-namorados, ficantes ou ‘crush’.
As maiores prevalência são na Região Norte (17,1%), seguido do Sudeste (15,2%) e do Centro-Oeste (14,6%). O estudo tem como base a edição de 2019 da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria do Ministério da Saúde (MS), com apoio do Ministério da Educação (MEC).
Ao todo foram ouvidos 159.245 alunos de escolas públicas e privadas do país.
“Tudo chama a atenção na pesquisa, o dado de violência sexual é muito alto. Outro ponto é que a violência contra meninas é sempre mais elevada, isso mostra que as meninas são mais vulneráveis e a história vai se repetindo: na infância, adolescência e quando é mulher”, explicou Deborah Carvalho Malta, professora da UFMG que coordenou a pesquisa na instituição.
Veja as maiores prevalências de abuso sexual nas análises por estados:
- Amapá (18,2%)
- Pará (17,8%)
- Amazonas (17,6%)
- Roraima (17,4%)
- Distrito Federal (16,3%)
Conforme a pesquisa, o índice de Minas Gerais é 13,6% na violência sexual. Veja as menores prevalências de abuso sexual nas análises por estados:
- Alagoas, na Bahia e no Rio Grande do Sul (12,1% em cada)
- Sergipe (12,2%)
- Piauí (12,8%)
Ainda conforme Deborah, a violência sexual, geralmente, é cometida por pessoas próximas às vítimas, como familiares, namorados, ex-namorados, ficantes ou “crush”. É necessário ficar atento e denunciar para que os culpados sejam punidos.
“Que os profissionais da saúde saibam identificar na entrelinhas quando crianças ou adolescentes chegam aos hospitais. Professores podem perceber a mudança de comportamento. A violência sexual deixa marca ao longo da vida. Infelizmente, alguns casos são revelados só quando a criança se torna adulta”, finalizou a professora.
Denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes pelos telefones: 100, 190, 181 e 197.