Em depoimento à PF sobre fala após atos terroristas em Brasília, Zema disse que não quis colocar em xeque as instituições.

Fonte: G1 Minas 

O governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) prestou depoimento à Polícia Federal, por meio de videoconferência, nesta quarta-feira (19). A medida foi tomada por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em janeiro deste ano, Zema disse que suspeitava que o governo federal tenha feito “vista grossa” diante dos atos terroristas e antidemocráticos em Brasília, no dia 8 de janeiro, “para que o pior acontecesse e ele se fizesse posteriormente de vítima”

Zema disse à época da invasão da Praça dos Três Poderes, que Governo federal ‘fez vista grossa para que o pior acontecesse’. Depoimento à PF aconteceu por determinação do STF.

Em pronunciamento, Zema disse que repudia os atos cometidos no dia 8 de janeiro e também a necessidade de investigações.

“Deixei claro meu apreço à democracia. Hora nenhuma eu disse que o STF fechado seria positivo, pelo contrário. Sempre afirmei a necessidade de termos aqui, as instituições funcionando plenamente como deve ocorrer numa democracia, Depoimento foi tranquilo e reforcei minhas convicções. Hora nenhuma quero colocar em xeque às instituições democráticas ou qualquer autoridade”, disse.

Ele ainda defendeu que o caso seja investigado.

“Se tem alguém contra a investigação é porque talvez esse alguém não queira que essa investigação”, falou.

Zema também teria sido ouvido no dia 5 de abril, segundo fontes da Polícia Federal. Na época, o g1 procurou a assessoria de imprensa do governo, que não havia se pronunciado desde então.

Nesta quarta-feira, porém, a assessoria de imprensa do governador disse que este foi o primeiro depoimento sobre o caso.

Entrevista em janeiro

À época dos atos terroristas, Zema disse em entrevista à Radio Gaúcha que houve “erro da direita radical”.

“Me parece que houve um erro da direita radical, que, lembrando, é uma minoria, e houve um erro também, talvez até proposital, do governo federal, que fez vista grossa para que o pior acontecesse e ele se fizesse posteriormente de vítima”, afirmou Zema, à época, em entrevista à Rádio Gaúcha, do Rio Grande do Sul.

Zema acrescentou que esta era “uma mera suposição” e que as investigações teriam que explicar o que aconteceu. No entanto, ele não apresentou nenhum tipo de prova.

“O que se demonstrou ali, naquele domingo, dia 8 de janeiro, foi, assim, uma lerdeza gigantesca de quem está ali para poder defender as instituições”, disse

Para o governador, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) “foi previamente comunicado da manifestação e não se mobilizou, não fez nenhum plano de contingência”.

“Me parece que, apesar de ser um movimento que poderia ter sido tolhido a tempo, porque a poucos quilômetros dali temos centenas, milhares de homens do Exército, da Força de Segurança Nacional, que estariam ali em pouquíssimos minutos, nada foi feito”, completou, à época, o governador.

Zema ainda falou que o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, do cargo, determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi “prematuro, desnecessário e injusto”.

Alguns deputados do Partido dos Trabalhadores (PT) entraram com uma interpelação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedindo explicação do governador. Como está no contexto dos atos antidemocrático, o STJ encaminhou para STF que, por sua vez, mandou para a PF fazer a oitiva.

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