A inflação registrou o índice de 0,45% no mês de junho em Montes Claros. A constatação é do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pelo Departamento de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).
O levantamento ainda aponta que o percentual foi maior que setembro, quando foi registrado 0,31%. Com esse resultado, o acumulado no ano é de 3,24% e nos últimos 12 meses de 4,03%.
Aumento da energia elétrica e preço da itens da cesta básica foram os principais vilões, aponta pesquisa.
Conforme a coordenadora da pesquisa, Vânia Vilas Boas, o Grupo Habitação apresentou uma variação positiva de 1,27%, contribuindo com 0,28% para o resultado final do índice. Ela atribui a energia elétrica como um dos principais vilões, com alta de 27,34%.
“Esse item, sozinho, foi muito significativo para o resultado final da inflação de Montes Claros. A energia elétrica faz parte do grupo habitação, e junto com isso, nós também registramos nesse mesmo grupo, aumentos no material de construção, e também nos produtos de higiene e limpeza. Soma-se a isso, neste mês de outubro, que nós tivemos aumento no grupo alimentação, onde os produtos de elaboração primária, principalmente o arroz, carne e avículo, e os produtos in natura e hortifruti, todos eles com reajustes, principalmente devido às condições climáticas. A alimentação fora das residências, como bebidas, pizzas e porções também tiveram alta”, listou Vânia.
O Grupo Alimentação, que tem o maior peso na composição do orçamento doméstico, apresentou uma variação positiva de 0,84%, contribuindo com 0,24% para o resultado final do índice. As principais variações ocorridas foram:
Cinco produtos industrializados com a maior alta
Iogurte: 3,90%;
Mortadela: 3,37%;
Sal: 2,19%;
Coco ralado: 2,14%;
Farinha de mandioca: 2,01%
Cinco produtos industrializados com a maior queda
Milho de pipoca: -5,88%;
Maionese: -3,34%;
Óleo de girassol: -3,26%;
Creme de leite: -2,61%;
Queijo minas: -2,25%
Cinco produtos in natura com a maior alta
Manga: 28,28%;
Kiwi: 27,25%;
Cebola seca: 27,15%;
Mexerica/tangerina: 19,25%;
Melancia: 15,09%
Cinco produtos in natura com a maior queda
Banana caturra: -14,56%;
Cenoura: -12,03%;
Cara/inhame: -7,82%;
Chuchu: -7,73%;
Banana prata: -6,32%
Valor da cesta básica
O trabalhador local que ganha um salário mínimo utilizou 37,83% para a compra de 13 produtos que compõem a cesta básica e suas respectivas quantidades. Essa cesta custou ao trabalhador R$ 499,34, em oposição a R$ 514,58 do mês anterior.
Dos produtos da cesta, as maiores altas foram: arroz: 8,40%, carne avícola: 3,38% e andu, 0,90%.
As variações negativas foram verificadas nos seguintes itens: feijão, -6,64%; pescados, -1,78%; carne suína, -1,60%.
A pesquisa
A pesquisa mostra a evolução do custo de vida das famílias montesclarenses. Vem sendo calculado desde 1982 pelo Setor de Índice de Preços ao Consumidor do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes e visa medir a variação de preços de um conjunto fixo de bens e serviços componentes de despesas habituais de famílias de nível de renda entre um e seis salários mínimos mensais.
Vânia acredita que o mês de novembro pode desacelerar a alta. “Tem a perspectiva boa, pois é o mês de Black friday, em que os preços realmente são menores do que os praticados em meses anteriores, principalmente no grupo vestuário, habitação. A expectativa é que esses preços venham a cair, contribuindo para minimizar a infração no mês de novembro”.