Wesley Gonçalves da Silva, conhecido como “Wesley do Agito”, foi condenado a quatro anos e oito meses de prisão por chefiar uma quadrilha especializada em tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes. Ele foi um dos investigados da operação “Balada”, realizada em 2021 em Uberlândia e outras cidades de 10 estados para desarticular a organização criminosa.
Wesley Gonçalves da Silva, conhecido como Wesley do Agito, chefiava uma organização especializada em tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes. Além dele, outras cinco pessoas foram condenadas por envolvimento com a quadrilha.
Em 2021, o Fantástico mostrou que Wesley e outros envolvidos na quadrilha ostentavam uma vida de luxo nas redes sociais. O grupo compartilhava fotos e vídeos em viagens internacionais e festas, além de exibirem carros e mansões – tudo, segundo as investigações, adquirido com dinheiro obtido com o tráfico de armas de guerra e drogas.
Além de Wesley, outras cinco pessoas foram condenadas no mesmo processo por envolvimento com a quadrilha:
- Leandro Diogo Naves, condenado a três anos e dez meses de prisão;
- Thiago Antônio Martins de Lima, condenado a três anos e dez meses de prisão;
- Eduardo Vilela de Assis, condenado a três anos de prisão;
- Jéssica Marçal Vilela, condenada a três anos de prisão;
- Edlamon da Silveira Pereira, condenado a três anos de prisão.
A condenação foi assinada na segunda-feira (13) pelo juiz João Marcos Luchesi, que também expediu um mandado de prisão preventiva contra Wesley. Preso em um hotel de luxo em Maceió (AL) em 2021, ele estava em liberdade desde fevereiro deste ano após decisão da Justiça.
Ao g1, o advogado Bruno Alexandre Souza, que representa Wesley, Leandro e Thiago, afirmou que entrou com embargos de declaração e vai aguardar o seguimento do processo.
O advogado de Eduardo e Jéssica, Lyndonjhonson de Freitas Prudêncio, afirmou que “a sentença condenatória foi proferida em total desacordo com as provas dos autos. Não existem elementos para sustentar uma condenação. O Ministério Público não logrou êxito em comprovar a participação dos defendidos dentro da suposta organização criminosa. Foi concedido aos réus o direito de recorrer em liberdade. O recurso de apelação será interposto no prazo legal”.
O g1 não conseguiu contato com a defesa de Edlamon da Silveira Pereira.
Armas e drogas
A organização criminosa operava esquema estruturado de tráfico de drogas e preparava o material para ser vendido e utilizava insumos químicos adquiridos por meio de empresas regularmente cadastradas. Em sete meses foram comprados insumos capazes de manipular mais de 11 toneladas de cocaína.
Segundo a PF, a região do Triângulo Mineiro era onde o grupo criminoso armazenava a droga, que era encaminhada para os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia. Após o armazenamento na região, o material era distribuído por todo o Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e outras regiões de Minas Gerais.
Além de drogas, a quadrilha também se envolveu com o tráfico de armas de guerra e chegou a escoar mais de 500 fuzis em carros de passeio. Conversas entre Wesley e Leandro monitoradas pelos investigadores mostram a negociação dos armamentos.
Para poder dissimular a origem criminosa do patrimônio acumulado, a quadrilha também utilizava um esquema de lavagem de dinheiro classificado pela própria PF como “sofisticado”, pois utilizava empresas de fachada e a compra de postos de combustíveis, hotéis fazenda, imóveis, veículos e embarcação de luxo.