O Norte de Minas Gerais teve um aumento de 69% nos casos prováveis de dengue em uma semana, segundo levantamento divulgado pela Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros com base nos dados do Boletim Epidemiológico do estado.
Até o dia 19 de fevereiro, a SRS – composta por 54 municípios – contabilizava 6.771 casos prováveis da doença. O número passou para 11.464 na segunda-feira (26). Os dados comparam os dois últimos boletins da Secretaria de Estado de Saúde de MG.
Os dados, que foram divulgados pela SRS, ainda apontam o cenário da zika e da chikungunya:
Por conta dos dados, a coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde – (Cievs) na SRS de Montes Claros, Agna Soares de Menezes, reforçou a necessidade de as secretarias municipais de saúde adotarem medidas mais incisivas para combater o Aedes aegypti.
“Os percentuais de aumento de casos prováveis das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti é preocupante visto que ainda estamos no início do ano, com alternância de períodos de chuva e dias de temperaturas altas. Isso propicia ambiente favorável à proliferação do Aedes aegypti e, por isso, os municípios precisam intensificar as ações de mobilização da população para a eliminação de focos.”
Sobre o total de casos confirmados, a SRS informou que os números são:
- Dengue: 1.818
- Chikungunya: 33
- Zika: 1
Por conta da situação, as autoridades de saúde aconselham os municípios a fazerem melhorias no atendimento à população.
“A atuação integrada dos serviços de atenção primária à saúde com os profissionais da vigilância epidemiológica, atenção especializada, urgência e emergência e de atenção hospitalar é de fundamental importância para garantir aos pacientes o acesso oportuno a exames e atendimento clínico adequado. Isso evitará que as pessoas evoluam para situações de saúde mais graves e haja redução da possibilidade de óbito”, alertou o coordenador de atenção à saúde, João Alves Pereira.
Além das medidas e combate e da notificação dos casos, outras orientações estão sendo repassadas aos gestores:
- Ampliação do horário de atendimento nas unidades de saúde, inclusive nos finais de semana
- Assegurar equipe mínima de assistência à população, compatível com a necessidade local Organização das agendas dos profissionais para as demandas programadas e espontâneas e garantir atendimentos aos casos suspeitos de arboviroses durante todo o horário de funcionamento das unidades de atenção primária à saúde
- Sinalização do ambiente interno da unidade, direcionando visualmente os fluxos de atendimento
- Colocar em prática o acolhimento de pacientes com classificação de risco e priorização das situações mais graves e ofertar hidratação oral na sala de espera aos pacientes com suspeita de arboviroses.
Sorotipo 2
Além do aumento no número de casos prováveis, a detecção de mais amostras do sorotipo 2 da dengue também se tornou um motivo de preocupação. No total, cinco casos causados por esse tipo de vírus foram identificados.
“A circulação do sorotipo 2 da dengue preocupa porque cada vez que uma pessoa entra em contato com um vírus diferente daquele que causou a primeira infecção, o paciente terá tendência a desenvolver uma doença mais grave, com isso potencializando o risco de óbito.”
Quatro sorotipos da dengue circulam no Brasil: 1, 2, 3 e 4, sendo que a pessoa diagnosticada com a dengue só cria anticorpos (defesa) do sorotipo específico que contraiu, portanto, pode pegar dengue novamente se for um sorotipo diferente.