TOQUE DE LETRA
Por Antônio Célio
Foi em meados de 1974, ainda com 10 anos, que, pela primeira vez, fui ao Gigante da Pampulha, acompanhar aquele time de constelação de estrelas num jogo com o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro.
Levado pelo falecido tio Antônio Sílvio Duarte, irmão da minha saudosa mãe Jacira, é que tive a primeira sensação de assistir das estruturas de concretos do Mineirão uma partida de futebol. O Cruzeiro empatou com o Vasco, em zero a zero.
Mas, pouco, importou o placar, já que para uma criança de 10 anos o maior valor naquele momento era ver “in loco” aquele timaço de Raul, Nelinho, Dirceu Lopes, Piazza, Zé Carlos, Palhinha e Joãozinho, dentre outros.
Até então só acompanhava o Cruzeiro pelas ondas das rádios Inconfidência e a extinta Guarani, que disputavam a audiência naquela época. Ouvia num antigo aparelho de rádio a energia elétrica, da marca “ABC Canarinho”, que o meu pai possuía.
A minha paixão pelo Cruzeiro tornou-se muito forte quanto a minha admiração pelo Flamengo, outro clube que ganhou um espaço no meu coração. Sempre admirava as jogadas de Zico, do Fla, e Joãozinho, da Raposa, maiores ídolos da minha infância.
Todo cronista esportivo possui um clube admirador. Apesar da rivalidade entre as duas maiores forças do futebol mineiro, sempre respeitei o Atlético, pela sua grandeza também em elevar o nome de Minas nos campos do país e mundo afora.
Assim, como o América que, até o crescimento do clube cinco estrelas, era quem competia com o Atlético o topo do futebol das Gerais.
Esse mesmo Cruzeiro celebra nesta quinta-feira, 02 de janeiro de 2020, 99 anos de fundação. É certo que passa pelo momento mais ruim de sua existência, com a queda para a 2ª divisão do Campeonato Brasileiro, acrescida de uma crise financeira e política.
Como todo Gigante, pode reerguer-se e voltar ao seu verdadeiro posto de um dos maiores clubes do país. São dez conquistas nacionais, quatro brasileiros e seis copas do Brasil, além de duas libertadores.
Uma história assim, não se apaga, apesar da gigantesca dívida de mais de R$700 milhões, construída por sucessivas e desastrosas administrações.
O Cruzeiro é grande demais, e, certamente, conseguirá dar a volta por cima.
Até a próxima!