Novo CEO da Petrobras, Joaquim Silva e Luna afirmou em seu discurso de posse que buscará não desrespeitar a paridade internacional
Por Equipe InfoMoney
O primeiro dia do novo CEO da Petrobras (PETR3;PETR4) foi de fortes ganhos para os ativos da companhia, apesar do cenário desafiador que o agora comandante da estatal terá que enfrentar.
As ações da Petrobras começaram a registrar fortes ganhos no final da manhã, durante o discurso de posse general Joaquim Silva e Luna. Analistas destacaram que o novo presidente da companhia manteve o tom conciliatório e parcimonioso que adotou durante o período de transição, o que é benigno, sobretudo no início de seu trabalho.
Os ativos PETR3 fecharam com ganhos de 5,03%, a R$ 23,79, enquanto os papéis PETR4 fecharam com salto de 5,80%, a R$ 24,28, após chegarem a subir, respectivamente, 7,24% e 8,45%. Com isso, em apenas um pregão, a companhia teve uma alta de quase R$ 16 bilhões de valor de mercado (mais precisamente R$ 15,93 bilhões), que passou de R$ 297,14 bilhões para R$ 313 bilhões.
Confira abaixo o gráfico com o desempenho das ações PETR4:
Silva e Luna afirmou, durante a cerimônia de sua posse, que a Petrobras buscará reduzir a volatilidade dos preços de combustíveis sem “desrespeitar” a paridade de importação.
Segundo ele, é preciso fazer tudo “conciliando interesses de consumidores e acionistas, valorizando os nossos petroleiros, buscando reduzir volatilidade sem desrespeitar a paridade internacional”. O executivo disse ainda que tem o objetivo de garantir o maior retorno possível ao capital empregado.
A afirmação vem após o presidente anterior da estatal, Roberto Castello Branco, ter sido substituído em meio a críticas do presidente Jair Bolsonaro por uma alta expressiva dos preços de diesel e gasolina no Brasil, que refletiam avanço das cotações no exterior.
Em uma lista de desafios, Luna destacou que é preciso conciliar “interesses de consumidores e acionistas”.
Ele disse que buscará “reduzir volatilidade, sem desrespeitar a paridade internacional, perseguindo a redução da dívida, investindo em pesquisa e desenvolvimento e contribuindo para a geração de previsibilidade ao planejamento econômico nacional”. Disse também que é preciso trabalhar com “visão de futuro, com segurança, respeito ao meio ambiente, aos acionistas e à sociedade em geral, de forma a garantir o maior retorno possível ao capital empregado”.
Em seu discurso, Luna apontou ainda para uma continuidade em relação ao que pregava a administração anterior na área de produção, dizendo que o objetivo da Petrobras deve ser “crescer sustentada em ativos de óleo e gás de classe mundial, em águas profundas e ultra profundas, buscando incessantemente custos baixos de eficiência”.
Presente do evento, o ministro de Minas e Energia, o almirante Bento Albuquerque, afirmou que as vendas de ativos da Petrobras têm sido um “sucesso” e são importantes também para promover a competição no setor.
O Bradesco BBI aponta que o discurso em geral foi amplamente amigável para acionistas e mercado. Agora, a atuação de Silva e Luna precisará ser cuidadosamente observada.
“Com base em seu discurso, acreditamos que a política de preços da Petrobras acompanhará a paridade, mas com mudanças menos frequentes ao longo do ano. Também esperamos ver a nova política sendo anunciada oficialmente ao mercado em breve e continuaremos a observar outros comentários feitos pelo novo CEO a respeito de questões como vendas de ativos, preços de produtos e dividendos”, afirmam os analistas do BBI.
O Credit Suisse também apontou que o primeiro discurso do CEO foi positivo, destacando que a Petrobras se concentrará em retorno sobre o capital, investindo em ativos de classe mundial e seguindo com os planos de desalavancagem, além de seguir a paridade, mas buscando reduzir volatilidade nos preços.
(com Reuters)