Detentos do Presídio de Januária ganham oportunidade de trabalho com instalação de fábrica de bloquetes

Fonte: G1 Grande Minas

Os detentos do Presídio de Januária (MG) ganharam uma nova oportunidade de trabalho com a instalação de uma fábrica de bloquetes na unidade.

O diretor do presídio, Roderlei Lima dos Santos, explica que a ideia do projeto surgiu em 2018, durante uma reunião com o juiz da Vara de Execução Penal. A iniciativa, que teve o cronograma alterado por causa da pandemia da Covid-19, foi viabilizada por meio de uma parceria com a Prefeitura de Pedras de Maria da Cruz.

Bloquetes produzidos serão destinados à Prefeitura de Pedras de Maria da Cruz, parceira do projeto. Oito detentos do presídio foram selecionados para trabalhar na fábrica.

“Temos uma comissão que selecionou os presos para o trabalho na fábrica, entre os requisitos analisados, avaliamos o bom comportamento. Em seguida, os custodiados passam por uma entrevista e verificamos se possuem aptidão para o labor.”

Doze meses após o início das atividades, os selecionados passam por uma reavaliação. Os que não foram escolhidos também podem ser avaliados novamente após esse mesmo período.

A Comissão Técnica de Classificação (CTC) é formada por profissionais de saúde e da segurança que atuam na unidade. A CTC selecionou oito detentos para o trabalho na fábrica de bloquetes. As peças produzidas serão destinadas à pavimentação e manutenção das ruas de Pedra de Maria da Cruz.

Bloquetes produzidos na unidade serão usados na pavimentação e manutenção de ruas em Pedras de Maria da Cruz (MG) — Foto: Sejusp/Divulgação
Bloquetes produzidos na unidade serão usados na pavimentação e manutenção de ruas em Pedras de Maria da Cruz (MG) — Foto: Sejusp/Divulgação

“Eu achei a iniciativa maravilhosa, porque, primeiramente, dá emprego para a gente. Assim, a gente vai aprendendo mais e pode ajudar a família depois”, diz Vicente Alves, de 40 anos, em matéria divulgada pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) à imprensa.

“Como a escolha é feita com base na disciplina dos apenados, os que não conseguiram também tendem a seguir o exemplo daqueles que foram selecionados, o que gera uma maior valorização do bom comportamento. Além disso, os que trabalham ficam ociosos por menos tempo e aprendem um ofício. Estamos buscando dar mais dignidade para eles e prepará-los para um retorno à sociedade, a própria Lei de Execução Penal prevê a busca pela ressocialização dessas pessoas”, completa o diretor.

Roderlei Lima dos Santos também diz que os dias trabalhados são descontados das penas que os internos cumprem.

“Eles preenchem uma folha de ponto mensalmente e, no final de 30 dias, encaminhamos um relatório de trabalho para avaliação da Vara de Execução e do Ministério Público. O documento sendo aprovado, é autorizada a remição, a cada três dias trabalhados, um é subtraído da pena.”

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