O Presidente Jair Bolsonaro e o influenciador digital Felipe Neto estão na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo realizada anualmente pela revista norte-americana Time, divulgada na madrugada desta quarta-feira (23).
Bolsonaro foi indicado para a categoria líderes, mas o texto de apresentação assinado pelo editor internacional da Time, Dan Stewart, é pouco lisonjeiro ao comentar os feitos do líder brasileiro, destacando a tragédia provocada pela Covid-19 no maior país da América do Sul e as queimadas na floresta amazônica.
“A história do ano no Brasil pode ser contada em números: 137.000 vidas perdidas para o [novo] coronavírus. A pior recessão em 40 anos (…) Mais de 29.000 incêndios na floresta amazônica somente em agosto. Um Presidente cujo ceticismo teimoso sobre a pandemia e indiferença à espoliação ambiental elevou esses números”, escreveu Stewart.
O jornalista também lembrou que, apesar dos problemas, Bolsonaro tem 37% da aprovação da população, segundo as pesquisas mais recentes realizadas no Brasil.
Bolsonaro foi bastante criticado na publicação, enquanto Felipe Neto foi citado como ‘ícone’
“Apesar de uma tempestade de denúncias de corrupção e de um dos maiores índices de mortes por covid-19 no mundo, o líder de direita continua popular entre uma grande parte dos brasileiros”, frisou.
Bolsonaro aparece na lista ao lado de líderes como o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a chanceler da Alemanha Angela Merkel ou o candidato a Presidente dos Estados Unidos Joe Biden.
Já Felipe Neto, que recentemente causou polêmica ao dizer, num vídeo publicado pelo jornal New York Times, que Bolsonaro é um Presidente pior do que Donald Trump, foi indicado na categoria Ícones e descrito na Time como “influenciador digital de maior importância no Brasil” já que possui 39 milhões de assinantes no YouTube e 12 milhões de seguidores no Twitter.
O perfil dele é assinado por David Miranda, deputado brasileiro, conhecido pela militância em favor dos diretos humanos e dos direitos da comunidade LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexo).
“Uma década atrás, da humilde casa de sua família no Rio de Janeiro, ele [Felipe Neto] começou a criar conteúdo para o YouTube e rapidamente encontrou fama, um público jovem enorme e leal e patrocínios lucrativos”, descreveu o autor.
“A notoriedade inicial foi gerada pela regra padrão para adolescentes online: videogames, celebridades e meninas. Mas com a eleição de 2018 do Presidente de extrema-direita, Jair Bolsonaro, e o fortalecimento de seu movimento protofascista, Neto, arriscando a sua marca e segurança, redirecionou sua popularidade para se tornar um dos oponentes mais eficazes de Bolsonaro”, acrescentou o texto.
O autor do perfil também frisou que “quando Felipe Neto fala, milhões ouvem. E sua voz agora virtuosa e politizada ressoa poderosamente em um país cuja democracia está em perigo”.
Felipe Neto foi citado ao lado de nomes como o da fundadora do movimento Black Lives Mater, Opal Tometi, a ativista e professora norte-americana Angela Davis e a jogadora de futebol dos Estados Unidos Megan Rapinoe.