Um casal de despachantes foi preso em flagrante em Ituiutaba por pedir propina de R$ 220 para liberar dois veículos da vistoria para transferência. A situação foi descoberta depois que a vítima, um trabalhador rural, procurou a Polícia Civil para relatar o ocorrido.
Conforme a Polícia Civil, a vítima disse que os despachantes ligavam e mandavam mensagens no celular para cobrar a quantia da suposta propina. Eles alegavam que as condições dos pneus da moto estavam em desacordo com as normas e que os vidros e lacre de placa do carro estavam fora do padrão.
Os despachantes disseram, ainda, que os veículos só seriam aprovados mediante acordo de pagamento com um vistoriador da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran).
Vítima afirmou que os suspeitos pediram o dinheiro que supostamente seria repassado a um vistoriador da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran). Casal alegou que carro e moto estavam fora dos padrões exigidos e só seriam liberados mediante pagamento.
De acordo com o delegado regional em Ituiutaba, Luiz Antônio Minas, a vítima ainda relatou que, além da cobrança da propina, o casal estaria retendo os documentos dos veículos até a quitação do valor.
Após a denúncia, o trabalhador marcou um encontro com o casal para quitar a quantia. Na reunião, segundo o delegado, os despachantes forneceram dois recibos à vítima: um do valor das taxas de transferências e de serviços prestados por eles, e outro, que deixaram bem claro ser referente ao valor da propina a um vistoriador.
“Tão logo constatada a cobrança da suposta propina, a equipe da PCMG realizou a prisão em flagrante do casal”, disse o delegado.
Os dois despachantes foram autuados em flagrante pelo crime de tráfico de influência, com pena de dois a cinco anos de reclusão, e foram levados ao sistema prisional.
“A investigação prossegue com o objetivo de verificar se esse casal praticou tal crime com mais vítimas e se os presos iriam ou estavam repassando valores para vistoriadores”, completou o delegado regional.
Luiz Minas orienta ainda que os proprietários de veículos não aceitem pagamentos de propinas para terem os veículos aprovados na vistoria. Nesses casos, o correto é denunciar a ação.