A variante delta domina com 86% dos casos analisados no Rio de Janeiro, segundo um estudo da Rede Corona-Ômica.
Na comparação com dois meses anteriores, os casos de delta representavam apenas 6%, e em julho, subiram para 48%.
As análises são realizadas pela equipe da pesquisadora Ana Tereza Vasconcelos, do Laboratório Nacional de Computação Científica, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Análise foi feita por pesquisadora do Laboratório Nacional de Computação Científica, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Segundo ela, a alta transmissibilidade da variante já era esperada, mas encontrou um cenário ainda mais propício à medida que as pessoas foram relaxando das medidas de distanciamento social e do uso de máscara.
“Temos estudos que mostram que ela transmite para até cinco pessoas, enquanto outras variantes contaminam duas. Mas no Rio e no Brasil, esses índices obtidos na pesquisa tem relação com o fato das pessoas não estarem mais seguindo o distanciamento social e nem eguindo os protocolos de segurança contra a Covid”, diz.
Variante delta representa 86% dos casos analisados no RJ, aponta estudo — Foto: Divulgação/Rede Corona-Ômica do Rio de Janeiro
A pesquisadora recolhe e analisa dados a cada 15 dias e repassa para as secretarias municipais de saúde para que elas possam se organizar diante do cenário.
“Assim, a Secretaria Estadual de Saúde, junto com as secretarias municipais podem pensar estatégias como a abertura de mais leitos para atender a população”, diz.
Avanço na delta nos municípios do RJ:
- junho: presente em 16 municípios;
- julho: presente em 70 municípios;
- agosto: presente em 87 municípios.
A rede Corona-Ômica recebeu mais de R$ 1, 5 milhão da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) — recursos que permitiram o processamento de 3.952 genomas que vieramde 91 municípios.
Já a captação de pacientes com diagnóstico confirmado da infecção pelo SARS-CoV-2 são de centros de referências e hospitais do estado do Rio.
Com esses dados, foi criada uma plataforma computacional integrativa, contendo dados epidemiológicos, ômicos e metadados que são analisados e processados.
Solução está na vacinação
Ana Tereza Vasconcelos lembra ainda que a vacinação é de extrema importância para que os casos da variante delta não evoluam para casos graves ou que levem a óbitos.
“O estudo mostra o amento de casos pela variante, mas também um índide ce casos críticos ou de óbitos muito menor do que em outras situções, o que prova que a vacina funciona. Mas o que precisamos fazer é continuar vacinando, o mais rápido possível, e manter todas as medidas para evitar a Covid: máscara, distanciamento, álcool em gel. As pessoas largaram a máscara, por exemplo. Ainda não é hora disso”, ressalta.