CDPCH de Bocaiuva mostra contrapontos do projeto de intervenções no perímetro urbano da MG-135

Fonte: Rádio Clube 91,5 FM

O Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (CDPCH) de Bocaiuva (MG) se reuniu, na tarde desta terça-feira (4), na Câmara Municipal, para expor os procedimentos adotados pela Eco-135, concessionária responsável pela administração da MG-135, quanto ao projeto de duplicação da rodovia no perímetro urbano.

Participaram representantes de entidades de classe, como CDL, sindicais como dos Metalúrgicos e dos Trabalhadores Rurais; proprietários de estabelecimentos do entorno da rodovia, Câmara Municipal e populares, dentre outros.

O engenheiro arquiteto e membro do CDPHC, Guilherme Araújo, fez apresentação dos pontos do projeto da Eco-135, deliberado pelo DEER-MG, que o órgão considera nocivo à cidade, principalmente as duas trincheiras, uma na altura do posto Miguelzinho e outra na região da Rodoviária; e as barreiras entre o km 410 ao km 414, que de acordo com ele, pode suprimir o retorno das pessoas, dificultando o acesso das outras regiões aos bairros da parte Oeste da cidade.

A presidente do Conselho de Patrimônio Histórico e Cultural, Josymeire de Paula Santos, também reforçou o pronunciamento do arquiteto do órgão, ao dizer que “…nós enquanto conselheiros e arquitetos urbanísticos verificamos que o projeto mostrado pela Eco-135 vai prejudicar muito a mobilidade urbana, assim, como outros aspectos culturais, históricos, econômicos e a sociedade em si”.

Josy de Paula informou que o Conselho e a Câmara Municipal vão provocar uma audiência pública para discutir a situação, eventualmente no Centro Cultural Henfil, em meados de maio deste ano.

O ex-dirigente do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural, da cidade, Roberto Ribeiro de Andrade, que é atual presidente da Aconsol – Associação Comunitária de Comunicação Social de Bocaiuva, também opinou sobre o assunto.

Segundo ele, “…as pessoas precisam se atinar para o que está acontecendo (esse projeto da MG-135). Isso, porque no passado, por exemplo, apenas duas pessoas tentaram impedir a derruba da antiga igreja do Senhor do Bonfim. E, precisamos, desta vez, tomar providências para evitar que Bocaiuva seja dividida em dois pedaços”.

Um dos trechos das intervenções da Eco-135, situado entre os bairros Cariúna e Alterosa

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Marly Duarte, também defendeu modificações no projeto, uma vez que, de acordo com ela, também pode influenciar na vida dos produtores rurais, que transitam diariamente pela rodovia.

Ele ressaltou o caso dos criadores de bovinos do núcleo da Catarina, onde existe uma praça de arrecadação de pedágios, em que eles têm que pagar até pra fazer a travessia dos animais.

No dia 15 de março deste ano, o Prefeito Roberto Jairo Torres, enviou um ofício a presidente do Conselho, Josy de Paula, no qual pedia a entidade que indique quais são os bens tombados pelo patrimônio cultural do município que poderão ser afetados pelas obras da Eco-135 na MG-135, no perímetro urbano, que justifique a intervenção do Conselho. 

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