CPI DA SAÚDE DA CÂMARA MOSTRA RELATÓRIO APURADO PELA COMISSÃO

FOTOS: DEUSDETE ALMEIDA

Repórteres Antonio Célio/Beto Ferreira

Nesta sexta-feira (17 de novembro), em coletiva à imprensa, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que apurou denúncias de irregularidades na Saúde Pública de Bocaiuva (MG), relatou alguns itens levantados pelos 5 membros da comissão.

A CPI da Saúde começou em 8 de maio deste ano, após reclamações da população relacionadas a estrutura física do Hospital Dr.Gil Alves (HGA).

Os pontos mais relevantes apontados pelo relator Ramon Moraes, nesta coletiva, em todo o contexto da área de saúde foram: insuficiência de médicos, pagamentos indevidos e desvio de funções.

O mais curioso foi o pagamento feito a um médico lotado em Engenheiro Dolabela, que, no determinado período, de acordo com o relator, teria recebido sem ter prestado serviço a Unidade Básica de Saúde Diomézio Geraldo Pimenta, naquele distrito.

Também foi citado pelo vereador Ramon Moraes, o pagamento de horas extras de R$3.000,00 a R$4.000,00 para um servidor da saúde, que recebia R$13.250 mensais.

Quando a insuficiência de profissionais de saúde da medicina, ele disse que “apenas 3 médicos estariam a serviço do Hospital Dr. Gil Alves, número inadequado para atender uma população de 50 mil habitantes, além dos municípios circunvizinhos, que juntos, somaria cerca de 100 mil pessoas”.

Afirmou que “muitos médicos estariam preferindo outras cidades, porque, o oferecido por Bocaiuva é menor que os valores ofertados para trabalhar aqui”.

Colapso no Hospital

Isso, associado ao grande número de internações por causa da suspeita de dengue registrado na primeira quinzena deste mês, estaria causando um colapso na saúde pública, fato que levou o Município a declarar em 14 de novembro estado de emergência por causa da superlotação no hospital local.

Ainda foi mensionado na coletiva a falta de reestruturação do HGA, que de acordo com o relator, apenas feito até então pinturas da parede.

Outro fator que contribuiu para isso, conforme Ramon, foi o fechamento do 3º turno da Unidade Filinha de Zué, cujos atendimentos por menores foram transferidos para o hospital. E, com a centralização novamente dos serviços, essa retroação estaria afogando o atendimento do HGA, que devia ser apenas para casos de emergência e urgência.

Burocracia

A burocracia por parte do setor de licitação para aquisição de aparelhos, como tomógrafo, também foi mensionada na coletiva, uma vez que, já liberados os recursos, há uma demora na compra por falhas nas descrições destes equipamentos.

Os processos licitarórios foram falhos, segundo o relator, devido a complexidade e descrição indisponível para a compra, o que teria causado tramites jurídicos que impossibilitaram a aquisição.

Por outro lado, Ramon deixou claro em sua fala neste quesito, que não encontrou nenhuma irregularidade no procedimento licitatório que não falhas nas descrições dos equipamentos.

A Comissão teve a presidência de Jeferson Carlai, relator Ramon Moraes, secretário Walcir Durães Júnior (Juninho de Sentinela) e, membros Antônio Roberto da Silva (Toninho de Ilídio) e Eduardo Meira (Eduardo de João Bagre).

Após a conclusão, o relatório será encaminhado ao representantes da Promotoria Pública e Judiciário.

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