Tudo que o investidor precisa saber antes de operar na semana
Por Rodrigo Tolotti
SÃO PAULO – Após um fim de mês bastante preocupante, com o Ibovespa perdendo quase 3% apenas em um pregão, agosto começa com um calendário bastante recheado, tanto do lado econômico quanto corporativo.
E o grande evento dos próximos dias será a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que anuncia na quarta-feira (4) a nova taxa básica de juros do país, com grande expectativa pelo mercado de que o Banco Central acelere o ritmo de alta da Selic.
Para a equipe de analistas do Bradesco, o Copom deve subir os juros em 100 pontos-base, levando a Selic para 5,25% diante da piora recente da inflação e também das expectativas sobre os preços diante da crise hídrica e, mais recentemente, do impacto do frio nas plantações.
“Ainda assim, a reação aos choques que vêm pressionado os índices de preços no curto prazo deve levar em conta sua natureza, o ineditismo da pandemia e as incertezas que carregam para as projeções, além do risco de propagação, que nos parece baixo. Nesse sentido, não nos parece que a normalização dos juros irá convergir para um processo de aperto monetário tradicional”, afirmam os analistas.
Ainda entre os indicadores, no Brasil, destaque para a produção industrial, que será apresentada na terça-feira (3), sendo esse também um indicador importante para entender o ritmo de crescimento da economia e de retomada diante dos impactos da pandemia do coronavírus.
Na quarta saem os números dos Índices de Gerentes de Compras (PMIs) de Serviços e o Composite no Brasil e nos Estados Unidos, ajudando a complementar a base de dados sobre o momento atual das duas economias.
Ainda no dia 4, será divulgado o Relatório Nacional de Emprego ADP, que mostra a criação de vagas no setor privado do país. Projeções compiladas pela Refinitiv esperam um resultado de 700 mil novos postos, ante 692 mil no mês anterior.
E na sexta-feira será divulgado o tradicional relatório de emprego, conhecido como Payroll, um dos mais importantes dados dos EUA e que ajuda a projetar o que esperar das decisões de política monetária do Federal Reserve. Entre os principais números apresentados no documento, a taxa de desemprego deve recuar de 5,9% para 5,7%, segundo a Refinitiv.
Por fim, na noite de sexta sai uma bateria de dados na China, com destaque para a balança comercial e os números de importações e exportações do gigante asiático em julho.
Agenda corporativa
Do lado das empresas, atenção segue voltada para a temporada de resultados do segundo trimestre, com mais de 30 balanços sendo divulgados nesta semana.
Entre os principais destaques estão os grandes bancos do país, com Itaú Unibanco (ITUB4) na segunda, Bradesco (BBDC4) na terça, e Banco do Brasil (BBAS3) na quinta, completando a temporada do setor após o Santander Brasil (SANB11) apresentar seu resultado na semana passada.
Além disso, atenção especial também para a Petrobras (PETR3; PETR4), que divulga seu balanço na quarta-feira após o fechamento. No dia 22, a companhia apresentou seu relatório de produção,informando que produziu 2,8 milhões de barris equivalentes de petróleo (boed) no segundo trimestre deste ano,
Entre outros resultados importantes da semana estão ainda Cielo (CIEL3), PetroRio (PRIO3), Gerdau (GGBR4), Braskem (BRKM5), Totvs ((TOTS3), entre outras.
Por fim, o investidor também fica de olho na Oferta Pública Inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Raízen, que tem sua definição de preço marcada para dia 3 e estreia das ações na quinta-feira, dia 5.