Delegada detalha investigações sobre suposta denúncia de estupro de adolescente em Uberlândia

Fonte: G1 Triângulo e Alto Paranaíba

Nesta quinta-feira (2), a Polícia Civil forneceu ao G1 novas informações sobre o caso da suposta denúncia de estupro envolvendo uma adolescente de 15 anos, registrado em Uberlândia, no dia 28 de julho. Conforme a delegada Lia Valechi, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, o depoimento de uma testemunha e um bilhete, supostamente escrito pela garota, mudaram o rumo das investigações.

O que diz a adolescente

Quando foi encontrada pela Polícia Militar (PM), no dia 29 de junho, a adolescente informou que foi mantida em cárcere privado e recebeu ameaças para manter relações sexuais com os suspeitos, um homem de 39 anos e outro de 37. Segundo ela, os dois diziam que caso ela não aceitasse, a família sofreria consequências.

Ela nega ter qualquer relação com os envolvidos e disse que ela e o homem de 39 anos eram apenas vizinhos. A adolescente ainda contou que ele falava com frequência que queria que ela fosse “mulher dele”, porém que nunca houve envolvimento entre os dois.

O que diz a testemunha

De acordo com a Polícia Civil, a testemunha, que também é menor e não teve a idade divulgada, era amiga da adolescente e morava em frente a casa dela. No depoimento, ela negou as acusações da garota e afirmou que a amiga tinha um relacionamento com o denunciado.

Em entrevista, Lia Valechi informou ao G1 que o depoimento de uma testemunha e um bilhete de amor, atribuído à garota, podem mudar o rumo das investigações; ocorrência foi registrada em julho. Entenda o caso.

Ela ainda contou que a adolescente ia com frequência à casa do homem. Segundo a testemunha, eles mantinham relações sexuais e a amiga, no dia em que foi encontrada pela Polícia Militar (PM), disse à ela: “esqueci roupas íntimas lá na casa, fala que são suas”.

A delegada diz que, a partir deste depoimento foi realizada uma acareação — técnica em que ambas as pessoas são colocadas para depor frente a frente com o objetivo de averiguar informações conflituosas em depoimentos. Porém, conforme Lia, a ação não trouxe resultados; a suposta vítima continuou com as acusações e a testemunha seguiu com a negação.

Ainda segundo a delegada, essa testemunha também mantinha relações com o acusado e em depoimento, ela supôs que o motivo de a amiga ter feito a denúncia, foi porque soube do caso dos dois.

Os suspeitos

O primeiro suspeito, de 39 anos, está preso e o segundo, de 37, está desaparecido. Conforme a delegada foram feitas apurações para encontrá-lo, mas não houve resultados.

À polícia, o homem preso negou as acusações e disse que a adolescente havia ido à casa dele de forma espontânea.

O bilhete

Após o homem ser preso, a irmã dele procurou a delegacia para entregar um bilhete, supostamente escrito pela adolescente. À polícia, ela disse que encontrou o papel enquanto esvaziava a casa do irmão, que era alugada. O recado, continha a seguinte mensagem:

“Umas 6h40, eu tô lá no ponto, não fura comigo por favor. Te amo viu, não vacila mais não. Ah, eu tenho carteirinha, deixa que eu pago a sua passagem. É aqui no ponto do 339, tenta chegar primeiro que eu. Beijão, rasga o papel”

A delegada diz que o bilhete foi encaminhado para a perícia, para que seja realizado um exame grafotécnico e comprovar se a letra é da vítima ou não.

Outros pontos

Conforme a delegada, a acusação de cárcere privado é avaliada. “Um ponto que chama a atenção desde o início, é que a adolescente diz ter sido sequestrada, mas foi em um espetinho com o homem. Ela confirma ter ido ao local”, disse a delegada.

De acordo com Lia, se for comprovado que as acusações não são verdadeiras, a adolescente terá cometido o crime de denunciação caluniosa.

“Existem vários pontos contraditórios nas declarações dela, com isso veio a testemunha trazendo as novas informações e, agora, esse bilhete”, finalizou a delegada.

O caso segue em investigação e segundo Lia Valechi não há previsão para a conclusão do inquérito.

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