Presidente da Federação Nacional de Militares Estaduais (Feneme), o coronel da reserva da PM catarinense Marlon Teza descarta o risco de perda de autoridade de governadores sobre as corporações em seus respectivos estados.
“Não vejo chance de isso acontecer. Somos instituições de Estado, e não de Governo ‘A’ ou ‘B’”, afirmou o oficial à CNN, após uma reunião da diretoria da entidade na qual foi debatida a conjuntura política e os efeitos sobre as polícias no país. “Não vejo nas PMs nenhuma hipótese de insubordinação ou ruptura além de atitudes isoladas.”
Na segunda-feira (23), em reunião do Fórum de Governadores, houve manifestações sobre risco de policiais militares apoiadores do presidente Jair Bolsonaro colocarem em xeque a autoridade dos gestores estaduais, em especial aqueles considerados adversários políticos do chefe do Executivo federal – em São Paulo, por exemplo, o tucano João Doria determinou o afastamento de um coronel por causa de publicações de cunho político-partidário.
De acordo com o coronel Marlon, a orientação da Feneme às 51 entidades associadas, que somam um contingente de 75 mil oficiais em todo o Brasil, é pelo respeito e obediência às leis e à Constituição e neutralidade em relação às disputas político-partidárias.
“Nossa missão maior é atuar conforme a lei, defender os direitos e as legislações relacionadas aos policiais militares. Política partidária é para os políticos”, disse o oficial. “Quando tem cor partidária, seja qual for, cria-se um problema. Aqui não temos rótulo, somos instituições de estado.”
Para o coronel Marlon, discursos radicalizados encontram mais “repulsa” do que apoio nos contingentes da ativa das Polícias Militares e, por vezes, revelam pretensões políticas de seus vocalizadores.
Em relação aos atos previstos para o 7 de setembro em capitais do país, o presidente da Feneme afirma que as PMs nos estados vão cumprir sua missão de proteger o patrimônio público e os cidadãos, além de preservar a ordem pública. “As polícias militares são instituições com histórico de sempre seguirem as ordens da autoridade de momento nos estados. Sempre fomos fieis e leais aos governantes”, diz o coronel Marlon.