A JBS recebeu R$ 47 milhões do governo Jair Bolsonaro (sem partido) para fornecer carne aos militares, segundo a revista Crusoé. De acordo com a publicação, o cardápio contratado inclui peças de picanha, maminha e filé mignon.
Segundo a Crusoé, desde a posse de Bolsonaro, no início de 2019, o frigorífico dos irmãos Joesley e Wesley Batista fechou 30 negócios com o Ministério da Defesa para fornecer alimentos congelados aos militares do Exército e da Marinha.
Desde a posse de Bolsonaro, o frigorífico dos irmãos Joesley e Wesley Batista fechou 30 negócios com o governo
Na última semana, a Crusoé também revelou que a JBS pagou R$ 9 milhões a Frederick Wassef, ex-advogado do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), nos últimos cinco anos.
Os repasses foram identificados pelo MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) por meio de um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Os promotores do MP investigam a relação de Wassef com Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro e suspeito de envolvimento em um esquema de “rachadinha” na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), quando o filho do presidente era deputado. Queiroz foi encontrado e preso em uma casa de Wassef em junho, em Atibaia (SP).
Na quinta-feira (20), a PGR (Procuradoria-Geral da República) informou que vai pedir informações ao MP sobre os supostos pagamentos.
O objetivo da PGR é descobrir se esses repasses tiveram alguma influência no acordo de colaboração premiada firmado pelo órgão com os donos da JBS, os irmãos Joesley e Wesley Batista. Se forem verificadas irregularidades, esses pagamentos poderão reforçar os indícios de omissão nos acordos de delação.