Justiça de Minas determina retirada de cervejas da Backer em distribuidora de Brasília

Fonte: G1 Minas — Belo Horizonte

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou que a Cervejaria Três Lobos, dona da marca Backer, recolha todos os produtos estocados na sede da Almeida Comercial de Bebidas e Alimentos em Brasília. A empresa alega prejuízo de mais de R$ 150 mil.

De acordo com decisão da juíza da 19ª Vara Cível de Belo Horizonte, Maria da Glória Reis, não haveria necessidade desta ação se a Backer tivesse recolhido seus produtos como determinou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A cervejaria tem cinco dias para o cumprimento da determinação, sob pena de multa diária de R$ 1 mil.

Segundo o processo, a Almeida Comercial de Bebidas e Alimentos começou a representar a Backer em Brasília em 2019. Porém, com a contaminação de cervejas por dietilenoglicol e o recall anunciado pela marca em janeiro deste ano, a representante decidiu recolher as bebidas. Mas os clientes não aceitaram devolver apenas os lotes listados. A empresa então teve que aceitar todos os produtos e agora está com seus estoques cheios.

G1 procurou a cervejaria e aguarda um posicionamento.

Perícia

Equipes da Polícia Civil voltaram à fábrica da Backer, no bairro Olhos D’Água, na Região Oeste de Belo Horizonte, na manhã desta sexta-feira (28). Funcionários do Ministério Público (MP) e do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) também estiveram no local.

Mais de 30 casos suspeitos de intoxicação por dietilenoglicol encontrado em cervejas da marca são investigados.

De acordo com o delegado Flávio Grossi, os trabalhos desta sexta foram de finalização da limpeza e retirada de material para testes. O próximo passo será a movimentação do líquido congelante, em um teste de produção, para ver se há vazamento.

Nesta quinta-feira (27), uma nova perícia foi iniciada na fábrica, tendo como alvos da inspeção os tanques 10 e 17, onde foram detectados vestígios de dietilenoglicol. Segundo a polícia “os peritos devem colocar as máquinas para funcionar a fim de detectar a possível causa de contaminação das cervejas”. A ação deve seguir até sábado (29).

Arte mostra etapas de perícia realizada na cervejaria Backer
Arte mostra etapas de perícia realizada na cervejaria Backer

Segundo a Backer, a operação não poderia ser realizada, “uma vez que o Mapa não disponibilizou o resultado dos laudos quantitativos do agente químico causador da contaminação. Assim, faz-se importante a preservação das provas até a conclusão da análise. Além disso, a ausência do laudo também impede que a destinação do resíduo seja feita dentro dos padrões exigidos pela empresa responsável”.

A Polícia Civil investiga 34 casos que podem estar ligados ao consumo de cervejas da Backer contaminadas com dietilenoglicol, seis pessoas morreram. A fábrica em Belo Horizonte foi interditada pelo Mapa, que também determinou recall de cervejas.

Ainda em nota, a Backer disse que “reafirma seu interesse em elucidar os fatos o mais breve possível e sua disponibilidade em colaborar com os trâmites necessários. A empresa manterá a sociedade informada a respeito”.

Polícia Civil volta à fábrica da Backer nesta sexta-feira (28) — Foto: Fred D'Ávila/TV Globo
Polícia Civil volta à fábrica da Backer nesta sexta-feira (28) — Foto: Fred D’Ávila/TV Globo

Lotes

De acordo com o Mapa, 53 lotes estão contaminados, segundo análises feitas pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA/MG), vinculado ao ministério.

Os 12 rótulos são:

  1. Belorizontina
  2. Backer Pilsen
  3. Backer Trigo
  4. Brown
  5. Backer D2
  6. Capixaba
  7. Capitão Senra
  8. Corleone
  9. Fargo 46
  10. Layback D2
  11. Pele Vermelha
  12. Três Lobos Pilsen

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