O bocaiuvense que foi eleito “goleiro do fantástico”

Dentro da Área

Por Luiz Fernando

A cidade de Bocaiuva já revelou grandes personalidades em diversas áreas.

Nomes como o sociólogo Heberth de Souza (Betinho), os políticos Patrus Ananias e José Maria Alkmim, dentre outros, foram evidenciados pelo país afora.

E o futebol? Qual personagem bocaiuvense há de ser lembrado, por um feito marcante?

Buscando nos meus alfarrábios, lembrei de Irineulir Antônio Fróes, o “Bocaiuva”, o goleiro revelado pelo Cruzeiro e que parou o Flamengo de Zico e Cia, no Maracanã, em 1978, atuando pelo São Cristóvão. Num zero a zero, Bocaiuva foi eleito o goleiro do programa Fantástico da Rede Globo de Televisão.

Vamos contar um pouco da trajetória deste bocaiuvense que se tornou atleta profissional.

Com 15 anos, Louro Bocaiuva foi promovido titular da equipe amadora do Juventus Futebol Clube

Primeiros passos no Juventus:

Irineulir nasceu no dia 5 de setembro de 1954, em Bocaiuva, Norte das Gerais. Iniciou a carreira no time amador do Juventus Futebol Clube, um dos tradicionais da cidade.

Ainda com 15 anos, jogava na equipe principal juventina. Ao destacar com apenas 16 anos, foi levado para um período de testes nas categorias de base do Cruzeiro Esporte Clube, de Belo Horizonte (MG).

Ainda no juvenil do Cruzeiro, Bocaiuva iniciava o sonho de se tornar atleta profissional

Aprovado, foi promovido ao profissional pela equipe celeste em 1975. A concorrência era forte, e chegou a integrar a reserva de arqueiros como Raul, Hélio e Vítor.

A primeira vez que disputou uma partida na equipe principal do Cruzeiro foi no dia 22 de setembro de 1975, quando substituiu Hélio no amistoso em Sobral-CE, quando a equipe mineira goleou o Guarany local por 6 x 2.

Dois dias depois, em 24 de setembro, fez sua estreia oficial em um jogo válido pelo Campeonato Brasileiro, em que o Cruzeiro venceu o Moto Club, em São Luís-MA, por 4 x 0.

Bocaiuva atualmente é funcionário de uma empresa prestadora de serviços para o Ministério das Energias

Em 1976, Bocaiuva integrou o elenco do Cruzeiro, campeão da Taça Libertadores da América. Depois disso, foi emprestado ao ESAB Esporte Clube, de Contagem, para a disputa do Campeonato Mineiro de 1977, revezando a titularidade com Itamar.

Em 1978, ele disputou o Campeonato Brasileiro pelo Operário, de Campo Grande (MS). Ficou na reserva de Manga, um dos maiores goleiros da história do futebol brasileiro.

No segundo semestre do mesmo ano, Bocaiuva foi jogar no futebol carioca. Foi quando o São Cristóvão, do Rio de Janeiro, fez um convênio com o Cruzeiro, de Belo Horizonte (MG), transformando o clube carioca numa espécie de sucursal do clube mineiro. Nesta época, brilhou no empate sem gols com o Flamengo, com uma atuação impecável.

Bocaiuva voltou ao Cruzeiro após a saída de Raul para o Flamengo. No dia 7 de julho de 1980, seguiu com a delegação cruzeirense para uma excursão de 50 dias por países da América do Sul e América do Norte.

Substituiu Luís Antônio em duas ocasiões: em 10 de agosto, na vitória de 2 x 1 sobre a Seleção da Guatemala, e em 14 de agosto, no empate de 0 x 0 diante do Monterrey, do México.

Em abril de 1981, defendeu as cores do Uberlândia. Em 1982 retornou no Cruzeiro, onde se sagrou campeão da Taça Minas Gerais.

No Maracanã, Bocaiuva teve uma noite inspirada contra o Flamengo

Ciclo na Capital do País

Bocaiuva passou por vários clubes de Brasília: Clube de Regatas Guará, CAVE, Sobradinho, dentre outros. Em 14 de setembro de 1986, pela segunda vez, foi escolhido o “Goleiro do Fantástico”, quando fechou o arco contra o Clube do Remo, do Pará. Em 1987, encerrou seu ciclo no Sobradinho, e, foi transferido para o Taguatinga, também do Distrito Federal.

Louro Bocaiuva foi indicado para concorrer ao 4º Troféu  “Melhores do Esporte Brasiliense”, de 1988, promoção da Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos – ABCD.

Concorreram com ele, os atletas como Beto Fuscão, Moura e Zé Maurício (Tiradentes), Josimar (Brasília Esporte Clube) e Pedro César (Guará). O vencedor foi Moura, do Tiradentes.

Transferiu-se para o Guará no ano seguinte (1989).  No dia 22 de abril de 1990, foi o goleiro da Seleção Brasiliense de Masters que enfrentou a seleção brasileira da mesma categoria, no Estádio Mané Garrincha, perdendo por 1 x 0, gol de Zico.

Em 1991, foi para o Tiradentes, também de Brasília, onde se despediu do futebol profissionalmente em 9 de junho, no Serejão, contra o Taguatinga.

Atualmente, Bocaiuva é funcionário da empresa Algar Tech, prestando serviços ao Ministério da Educação como Administrador de Redes.

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