O escândalo no Ministério da Educação após áudios sobre suposto favorecimento a pastores

Fonte: BBC

A crise teve início com a divulgação de áudios obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo, nos quais Ribeiro supostamente admitiria que o governo federal priorizaria pedidos de liberação de verba de prefeituras nas quais estariam envolvidas negociações feitas por dois pastores, Gilmar Santos e Arilton Moura. Nenhum dos dois têm cargo no governo.

No áudio, Ribeiro afirma que sua prioridade no Ministério da Educação (MEC) são as prefeituras que mais precisam e, em seguida, “todos que são amigos do pastor Gilmar”. Ele explica aos prefeitos e religiosos que participaram da conversa que a prioridade foi estabelecida por uma solicitação direta do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, disse. O ministro complementa que o pedido de apoio não é segredo e que visa a construção de igrejas.

A reportagem da Folha aponta que, segundo liderança evangélica aliada a Bolsonaro, Gilmar Santos e Arilton Moura não tem representatividade no segmento. A liderança ainda afirmou que não defendem que o ministro negocie verba por meio de pastores.

Em nota, no início da noite, o ministro negou ter operado qualquer esquema de favorecimento a pastores. Ribeiro também negou ter sido orientado pelo presidente Bolsonaro neste sentido.

“O presidente da República não pediu atendimento preferencial a ninguém, solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem, inclusive as pessoas citadas na reportagem”, disse o ministro em comunicado à imprensa.

“Da mesma forma, recebo pleitos intermediados por parlamentares, governadores, prefeitos, universidades, associações públicas e privadas. Todos os pedidos são encaminhados para avaliação das respectivas áreas técnicas”, declarou.

“Ressalto que não há qualquer hipótese e nenhuma previsão orçamentária que possibilite a alocação de recursos para igrejas de qualquer denominação religiosa.”

Ribeiro afirmou ainda que “não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou Estado”.

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