Quando a ilusão entra em campo

Toque de Letra

Por Antônio Célio

O futebol é uma arte, como quase tudo na vida, também é contido por ilusões. Quando o clube do coração passa por uma fase ruim, o torcedor imagina sempre o pior, mas, alguns, no seu íntimo, têm um fio de esperança quando ela ainda existe.

É o caso específico do Cruzeiro, um dos gigantes do futebol brasileiro, que vive o drama de cair pela primeira vez para a segunda divisão do campeonato brasileiro.

Essa possibilidade ficou mais evidenciada com a derrota sofrida para o Grêmio, por 2 a 0, nesta quinta-feira (05), em Porto Alegre. O time mineiro chegou a ter momentos bons no jogo, mas, o velho problema da finalização, desperdiçando chances, principalmente, no primeiro tempo.

Mas, além da incompetência do seu ataque, a sorte também não tem acompanhado a equipe de Adilson Batista. Aos dez minutos da segunda etapa, com o placar em zero a zero, o técnico resolve fazer a terceira e ultima modificação permitida por lei.

A idéia, de acordo explicação do próprio Adilson, era dar mais ofensividade à equipe, pois, no entender dele, Ezequiel seria mais agudo que Orejuela, que fazia um bom jogo.

Quis o destino, no entanto, que Robinho se contundisse seriamente no joelho, após uma dividida com o goleiro Paulo Vítor, do Grêmio, e, deixasse o campo, poucos minutos depois.

E aí, que a vaca foi pro brejo, pois tendo que atuar com um a menos mais de meia hora de jogo, a Raposa se desestruturou e foi derrotada por 2 a 0.

O resultado só aumentou o drama do clube, que, manteve a desvantagem de 2 pontos do Ceará, que no dia antecedente, havia perdido para o Corinthians, por 1 a 0.

Com 36 pontos, ao time celeste só resta vencer o Palmeiras, neste domingo (08), no Mineirão, e, contar com uma vitória do Botafogo diante do concorrente Ceará, no Rio de Janeiro, para que escape do rebaixamento.

A possibilidade ainda existe, mas, a grande maioria da torcida cruzeirense já não acredita mais, principalmente, diante de um ataque inoperante.

A insistência com alguns atacantes, como Deivid e Fred, é inexplicável. Nenhum treinador, nem mesmo o próprio Adilson Batista, se atinaram para a fragilidade deles.

Um já não faz gols a quase 9 meses, no caso do primeiro, e, o Fred, com bola rolando, marcou pela última vez em agosto, naquele fatídico empate com o CSA, em Maceió.

Roberto Batata (ao meio) foi um dos melhores extremas direitos do futebol brasileiro

Diante de tudo que expus, a torcida azul não tem outra alternativa que recorrer ao além da terra planetária.

Que o espírito do saudoso Roberto Batata, ponta cruzeirense que morreu em acidente em 1976, reencarne nos atletas do Cruzeiro para vencer o Palmeiras.

O genial Mané Garrincha foi ilustrado em música do compositor Moacyr Franco

O compositor e cantor Moacyr Franco, mineiro e cruzeirense de Ituitaba, compôs a música Balada Número Sete, em homenagem ao extraordinário Garrincha, ponteiro que encantou o mundo com a camisa do Botafogo. Parte da letra diz “…quando a ilusão entra em campo.”

A galera cruzeirense, já desiludida com este time, precisa também que o espírito de Garrincha ajude o Botafogo a vencer o Ceará. Só as forças do céu salvam os celestes. Aguardem…  

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