Por Antônio Célio
Foi uma tarde melancólica, mas prenunciada. O inédito rebaixamento do Cruzeiro foi profetizado já alguns meses, quando o time não mostrava qualquer sinal de reação.
E, neste domingo (8), a derrota cruzeirense para o Palmeiras, por 2 a 0, em pleno Mineirão, foi apenas a confirmação do que muitos esperavam: a queda para a série B em 2020. Surpresa mesmo seria a permanência na divisão de elite.
Mais uma vez, a nação de mais de 8 milhões e meio de torcedores se decepcionou com um time jogando um futebol medíocre, adjetivo que cabe muito bem na diretoria, principalmente, no “presidente” Vagner Pires, e no demitido diretor Itair Machado.
Com poucos minutos de bola rolando, já dava para perceber o que estava para acontecer. Quando o atacante Pedro Rocha se deslocava pela esquerda, e, dentro da área, isola a bola na arquibancada, a percepção era de que, como nos jogos, contra CSA, Vasco e Grêmio, a torcida azul continuaria sem comemorar um gol sequer.
Precisando vencer, e, de um tropeço do Ceará contra o Botafogo, a torcida até que tentou enviar uma energia aos jogadores quando, ainda no primeiro tempo, aos gritos das arquibancadas comemorava o gol do glorioso carioca. Mas, tudo em vão.
Em campo, com a incompetência e deficiência da maioria dos atletas, misturadas com o nervosismo, o time não dava sinais de reação. A cada minuto, era evidente a fragilidade da equipe azul, minguando as últimas esperanças dos torcedores.
No segundo tempo, veio o primeiro gol do Palmeiras, e, instantes depois, o empate do Ceará contra o Botafogo. Alí, a realidade da segunda divisão estava mais próxima, para um gigante que deixava o seleto grupo de clubes que jamais havia sido rebaixado. O Cruzeiro deixou este rotulo para apenas São Paulo, Flamengo e Santos.
O Verdão ainda teve tempo de fazer o segundo gol. A partir dali, uma melancólica atitude de alguns que se passavam por torcedores (na verdade bandidos) e que promoveram atos de violência, atirando objetos, como cadeiras, pra todo lado, sem a mínima inteligência de que poderiam causar uma gravidade maior nos outros, inclusive, muitas crianças e mulheres. Menos mal que não tivemos registro de morte.
Reconstrução
Agora é se apegar ao refrão “levanta, sacode a poeira e dar a volta por cima”, musica interpretada pela saudosa e botafoguense Beth Carvalho, e letrada pelo flamenguista Jorge Aragão.
Muitos grandes times, como Atlético, Corinthians, Palmeiras, Fluminense, Internacional e Grêmio caíram e, se reconstruíram, e conquistaram títulos importantes. Então, com o apoio de sua numerosa torcida, e, com uma direção competente e transparente, o temido Cruzeiro poderá em pouco tempo voltar ao seu lugar que é a primeira divisão.
“Volta por Cima” é o que precisa o “Cabuloso” para encarar a segunda divisão e retornar a elite do futebol brasileiro, em 2021, quando completará 100 anos de fundação.
Essa reflexão também vale para o Atlético Mineiro. O alvinegro, cuja temporada, embora menos dolorosa quanto a do seu rival, pois, se manteve na série A, também foi frustrante.
Outro gigante do futebol brasileiro, o Galo também deve passar por uma ampla reformulação de elenco. Alguns jogadores caríssimos, como Elias e Jeovânio não corresponderam as expectativas e devem deixar o clube para a próxima temporada.
E que, para o bem do futebol mineiro, o América também se fortaleça. Até a próxima edição!