Por Antonio Célio
A quebra da hierarquia no futebol
A desorganização dos clubes de futebol do Brasil é coisa de muitos anos. Não é de agora que nossas agremiações são mal administradas.
No entanto, a quebra de hierarquia nos times se mostra mais freqüente nos últimos dias. E sempre quando atletas “peitam” e desrespeitam os técnicos, a corda só estoura nos treinadores.
O retrato disso foi a demissão de Rogério Ceni no Cruzeiro, confirmada na noite de ontem. “Medalhões” como Tiago Neves vinham interferindo nos trabalhos do técnico, exigindo, por meio de entrevistas a titularidade de jogadores importantes, como Edilson, que foi barrado do time.
A gota d’água foi o posicionamento do zagueiro Dedé, após o empate sem gols com o Ceará, ainda nos vestiários.
O fato de manifestar-se pela entrada do time de atletas experientes, o becão cruzeirense acabou causando um mal estar com o então técnico Rogério Ceni, que abandou a reunião pós-jogo, aborrecido.
Aí, é mais fácil demitir o técnico do quê uma barca de jogadores. Ceni foi demitido, e, agora, a expectativa é de que Felipão, ex-Palmeiras, possa assumir o time celeste.
O mesmo ocorreu no Fluminense, outro clube turbulento. Oswaldo Oliveira foi mandado embora, nesta sexta-feira (27), após o empate sem gols com o Santos, noite passada, no Maracanã. Mas, os resultados ruins dos últimos jogos são apenas parte das justificativas para a saída do técnico tricolor.
A desavença com o medalhão Paulo Henrique “Ganso”, com troca de farpas após a substituição do meia, foi o estopim para a queda do técnico.
É, com essas gestões, Cruzeiro e Fluminense vão continuar lutando pelo rebaixamento até as últimas rodadas, a não ser que algo muito extraordinário posse tirá-los desse buraco em que afundaram tanto administrativa e financeira como politicamente.
Até a próxima!