Trabalhadores da usina de biodiesel entram em greve, em Montes Claros

Fonte: G1 Grande Minas

Os trabalhadores da Usina de Biodiesel Darcy Ribeiro, em Montes Claros, entraram em greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira (20). Eles se reuniram em frente à usina no início da manhã e protestaram contra a privatização da Petrobras Biocombustível (PBio) e em defesa dos empregos.

Em julho de 2020, a Petrobras divulgou o início do processo para a venda integral da subsidiária Petrobras Biocumbustível S.A. (PBIO), incluindo três usinas de biodiesel localizadas em Montes Claros, Candeias, (BA), e Quixadá (CE). As usinas produzem biodiesel a partir de óleo de soja, algodão, palma, gordura animal e óleos residuais.

Segundo a nota divulgada pelo Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG), o movimento foi deflagrado após várias tentativas de negociação entre o sindicato e a direção da Petrobrás com o objetivo de garantir a absorção dos trabalhadores da unidade. Porém, a “empresa se mostrou irredutível, usando como argumento uma impossibilidade jurídica para a transferência interna dos petroleiros concursados”.

Eles protestaram contra a privatização da Petrobras Biocombustível (PBio) e em defesa dos empregos na manhã desta quinta (20). Segundo o Sindicato, 90% dos concursados aderiram ao movimento e os terceirizados não foram convocados.

A Usina de Biodiesel foi inaugurada em Montes Claros em 2008 e conta com 35 trabalhadores concursados e 150 terceirizados. De acordo com o Sindicato, 90% dos concursados aderiram ao movimento e os terceirizados não foram convocados.

O sindicato destaca que além dos trabalhadores prejudicados, a venda da empresa também trará impacto no desenvolvimento regional nos locais onde estão instaladas as usinas.

“Somente a Usina de Biodiesel de Montes Claros gera renda para aproximadamente 9 mil famílias da região na produção de energia limpa. Além do investimento econômico e ecológico, a Petrobras, como empresa estatal, desempenhou um importante papel social com a subsidiária. Gerou empregos e desenvolveu a economia de locais onde havia grande necessidade, já que são regiões pobres e sem grandes investimentos em indústria”.

Em nota, a Petrobras Biocombustível disse que foi informada por entidades sindicais da Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro sobre a intenção de realizar um movimento grevista a partir desta quinta. A companhia ressaltou que reconhece o direito de greve, “mas reforça que as motivações apresentadas podem caracterizar uma paralisação abusiva, visto que o pleito das entidades sindicais não preenche os requisitos legais para o exercício do direito de greve”.

“Com o desinvestimento da PBIO ocorrerá a sucessão trabalhista, ou seja, os empregados permanecerão na empresa, que terá um novo operador. A PBIO tomará medidas judiciais e administrativas para garantia da continuidade operacional”, diz a nota.

Venda da Petrobras Biocombustível

Na época, quando foi anunciada a venda da subsidiária Petrobras Biocumbustível, a empresa divulgou um comunicado e destacou as seguintes vantagens do negócio:

  • Porta de entrada/expansão no 3º maior mercado de biodiesel do mundo
  • Crescimento expressivo de 25% do mandato de mistura de biodiesel nos próximos 3 anos
  • Plataforma sustentável e certificada para monetizar créditos de descarbonização (CBIOS)
  • Localização estratégica com acesso privilegiado aos mercados brasileiros das regiões SE e NE
  • Planos de expansão disponíveis para rápido aumento da capacidade, com o objetivo de manter a participação de mercado no ritmo do crescimento da demanda e aumentar a competitividade com economias de escala.

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