Clube 91,5 FM
O uso de cigarros eletrônicos podem causar sérios danos a vida das pessoas, além dos problemas de cânceres, como os dos pulmões e bucal. Também perda de voz, conforme especialistas em saúde.
Por serem práticos e aparentemente “descolados”, este tipo de tabaco eletrônico vem ganhando grande visibilidade nos últimos 15 anos, principalmente entre os mais jovens.
O dispositivo já afetou até mesmo nomes conhecidos do público.

A cantora Solange Almeida, ex-Aviões do Forró, e a influenciadora Vanessa Lopes, ex-participante do Big Brother Brasil, já relataram problemas graves nas cordas vocais relacionados ao uso do eletrônico — em ambos os casos, houve risco de perda da voz.
Cerca de 27 milhões de brasileiros com 14 anos ou mais fumam cigarro convencional ou eletrônico. Apesar da aparência inofensiva, os vapes concentram até três vezes mais nicotina que o cigarro comum e ainda liberam metais pesados e químicos associados a câncer, ansiedade e depressão.
Desde 2009, a Anvisa proíbe a comercialização do produto no Brasil.
Além dos danos sistêmicos, as cordas vocais também sofrem. Médicos relatam aumento de casos de inflamações na laringe em usuários frequentes de vape, muitas vezes com perda temporária da voz.
Para artistas que dependem da fala e do canto, como Solange Almeida, os efeitos foram sentidos de forma ainda mais dramática.
Dependência rápida e intensa
Uma pesquisa realizada pelo Instituto do Coração (Incor), em parceria com a Vigilância Sanitária e o Laboratório de Toxicologia da FMUSP, analisou mais de 400 usuários de cigarro eletrônico.
Os resultados mostraram que os níveis de nicotina nesses indivíduos podem ser até seis vezes superiores aos encontrados em fumantes de cigarro convencional.
Segundo a Doutora Jaqueline Scholz que também coordenou o estudo, a percepção dos próprios usuários coincide com os achados laboratoriais: quem se sente mais dependente, de fato, apresenta taxas mais altas da substância no organismo.
O tempo para que a dependência se instale também chama atenção. Enquanto no cigarro tradicional isso costuma levar anos, no eletrônico muitos jovens já relatam quadro intenso em apenas três a seis meses de uso.
Cerca de 70% dos entrevistados tinham entre 18 e 25 anos e nunca haviam fumado antes de experimentar o vape.




