Parte do vapor Benjamim Guimarães, em Pirapora (MG), ficou submersa durante uma operação de retirada, nesse sábado (7). A embarcação estava sendo içada do Rio São Francisco para passar por um processo de restauração.
A embarcação estava sendo içada para passar por um processo de restauração. Foi liberado R$ 3,7 milhões pelo Iepha.
Segundo a prefeitura, a empresa responsável pela restauração, Indústria Naval Catarinense, disse que o processo de retirada do vapor é um dos mais complexos.
No sábado, foram utilizadas boias tipo rolete para iniciar o trabalho. Em um certo momento, houve uma inclinação muito íngreme da proa que provocou o afundamento da popa do barco.
“Por causa disso, o convés foi tomado pela água, resultando em um peso ainda maior e a paralisação do processo. Outra dificuldade é o terreno arenoso nas margens do rio, o que impede o tracionamento das pesadas máquinas utilizadas”, disse a prefeitura em nota.
De acordo com o diretor da empresa, Josuan Morais, o nível do rio está baixo e, com isso, a rampa de acesso ficou mais íngreme.
“Quando você puxa a proa da embarcação para fora, é natural que nesse tipo de operação a popa alague. Como a embarcação é mais antiga, ela não tem estanqueidade. Mas isso não é um agravante, só é agravante quando a embarcação tem praça de máquina, o que não é o caso dela. No caso dela, os porões encheram de água e os porões são vazios, eles não têm nada”, explicou.
Ainda segundo o diretor, não houve dano material no vapor Benjamim e toda essa parte afetada já estava inclusa no programa de recuperação.
“Todo o material que existe na embarcação, seja na proa, na popa ou em qualquer lugar, vai ser recuperado já dentro do trabalho de recuperação do navio. Então, não houve prejuízo algum”, finalizou.
Na manhã deste domingo (8), foram montados novos equipamentos para continuar a operação de retirada do vapor da inércia. O trabalho foi concluído na parte da tarde.
Ícone do Rio São Francisco
De acordo com o Iepha, o barco foi construído em 1913, pelo estaleiro James Rees & Sons, nos Estados Unidos. Após navegar pelo Rio Amazonas, foi transferido para o São Francisco a partir de 1920. O Benjamim Guimarães foi tombado em 1985.
Por anos, a embarcação foi utilizada para transportar passageiros e mercadorias de Pirapora a Juazeiro (BA), sendo o único em funcionamento. Em muitos passeios, havia a participação da orquestra de Pirapora.
O vapor Benjamim tem capacidade para transportar até 140 pessoas, somando passageiros e tripulantes, e tem permissão para navegar em rio, lago e correnteza que não tenham ondas ou ventos fortes.
Restauração
Em julho deste ano, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) divulgou o edital para contratar uma empresa especializada para recuperar o vapor. A embarcação é um símbolo da cidade do Norte de Minas, porém estava parada há cinco anos.
O recurso destinado à restauração é de R$ 3,7 milhões. A reparação contempla várias partes do barco, entre elas o casco e o sistema de esgoto dos porões.
A licitação foi concluída em setembro e o serviço estava previsto para começar no fim de outubro ou início deste mês.