Detentos ateiam fogo em colchões em presídio da Grande BH; há vítimas com queimaduras de 2º e 3º graus

Fonte: G1 Minas

Detentos do presídio Ribeirão das Neves II (Inspetor José Martinho Drumond), da Região Metropolitana de Belo Horizonte, atearam fogo em colchões na tarde desta quinta-feira (4).

Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (Samu), havia 20 detentos na cela. Onze deles ficaram feridos. Os bombeiros confirmaram que seis pessoas deles tiveram queimaduras de segundo e terceiro graus. Pelo menos cinco tiveram que ser entubados.

Segundo o Corpo de Bombeiros, pelo menos seis pessoas tiveram queimaduras.

O motim teria sido uma reação à insalubridade e à superlotação. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) não informou quantos detentos há no presídio. A pasta também ainda não se manifestou sobre o caso.

As vítimas estão sendo levadas para o Hospital de Pronto Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, referência para tratamento de queimados. Um helicóptero dos bombeiros participava do transporte dos feridos.

Socorro a detentos em presídio da Grande BH após incêndio. — Foto: Danilo Girundi / TV Globo
Socorro a detentos em presídio da Grande BH após incêndio. — Foto: Danilo Girundi / TV Globo

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) ainda não se manifestou sobre o caso.

Socorro a detentos em presídio da Grande BH após incêndio. — Foto: Danilo Girundi / TV Globo
Socorro a detentos em presídio da Grande BH após incêndio. — Foto: Danilo Girundi / TV Globo

Denúncia de superlotação

g1 falou com com Maria Teresa dos Santos, que é presidente da Associação de Amigos e Familiares de Pessoas Privadas de Liberdade de Minas Gerais. Segundo ela, há mais de 30 dias a direção do presídio sabia que os detentos fariam isso. O que os levou ao motim foram as péssimas condições no local, com insalubridade e superlotação, ainda segundo Maria Teresa.

“Eles têm pouco acesso à água – cerca de 10 a 20 minutos por dia, um pouco no período da manhã e da tarde. Emagreceram muito ao longo da pandemia”, disse ela.

Pelo menos vinte pessoas ficaram feridas em incêndio provocado por detentos em presídio da Grande BH — Foto: Reprodução/TV Globo
Pelo menos vinte pessoas ficaram feridas em incêndio provocado por detentos em presídio da Grande BH — Foto: Reprodução/TV Globo

Segunda revolta em pouco mais de um ano

Em setembro de 2020, presos de duas alas do presídio de Ribeirão das Neves II colocaram fogo em colchões.

Policiais penais controlaram o fogo dentro das celas e não houve feridos, nem reféns.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), disse, à época, que os presos pediam melhorias na alimentação servida na penitenciária.

Motim

Também em setembro do ano passado, bombeiros foram acionados para conter um incêndio dentro da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, também na Região Metropolitana de BH, após motim feito por detentos que colocaram fogo em pedaços de colchão e roupas.

De acordo com a Sejusp, os presos ficaram agitados com a informação da queima do ônibus nas proximidades da penitenciária. Policiais penais contiveram o ato e os bombeiros combateram os focos de incêndio.

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