Um homem, de 31 anos, morreu enquanto jogava futebol, na manhã deste domingo (20), em Nova Esperança, distrito de Montes Claros (MG).
A técnica de enfermagem Silvania Silva Almeida mora na região e prestou os primeiros socorros a Wanderson Santos. Ela saiu para fazer compras e, enquanto passava de moto na rua, perto do campo, os demais jogadores gritaram o nome dela pedindo socorro.
“Eu estava voltando, o pessoal me viu de moto e já pediu ajuda. Eles disseram que haviam chamado o Corpo de Bombeiros, mas talvez demoraria. Corri até o posto de saúde para pegar um cilindro de oxigênio. Eu e outras pessoas fizemos massagem cardíaca, mas ele não respondia. Os socorristas chegaram e continuaram com as manobras, mas não deu, infelizmente. Foi 1h40 de reanimação, com aplicação de medicamentos”, conta.
Os jogadores detalharam à mulher que a partida estava na metade do primeiro tempo e o rapaz chegou a marcar um gol nos minutos iniciais.
Técnica de enfermagem passava pelo local e auxiliou nos primeiros socorros; vítima passou por manobra de reanimação, sem sucesso.
“Os meninos disseram que, em dado momento, ele caiu no campo e se levantou após. Chegou a bater no calção para a poeira sair, porque o campo é de terra. O pessoal até brincou: ‘Moço, fica fazendo gracinha, fica, quando você cair de verdade ninguém vai acreditar’. Em seguida, quando foi dar um passe, caiu novamente, porém, desta vez, não se levantou e não falou mais nada. Ele não reclamou de nada durante o dia, muito pelo contrário, brincou até, sorriu”.
Segundo Silvania, que também é amiga da família, Wanderson tinha o hábito de jogar bola, era muito ativo e passou por uma bateria de exames dias atrás, uma vez que foi promovido profissionalmente.
“O único episódio atípico é o fato de ele ter testado positivo para a Covid-19 duas vezes nos últimos meses. O chefe dele disse que ele fez todos os exames por causa da promoção, estava tudo ok. A comunidade está chocada, ninguém está acreditando. Um menino jovem, novo, que tinha um coração enorme. Todo mundo gostava dele. Não é porque morreu. Hoje, ele ainda trabalharia. Estava de plantão. A vida é um sopro”, relata a técnica de enfermagem.
O G1 entrou em contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Em nota, o órgão informou que a equipe médica do Suporte Aéreo Avançado de Vida (SAAV) esteve no local para socorrer a vítima, mas ela não resistiu e faleceu antes mesmo de ser levada a um hospital, após parada cardiorrespiratória.