Mega operação em MT e outros estados cumpre mandados contra envolvidos em crimes cibernéticos no Brasil.

Fonte: G1 Mato Grosso

Uma mega operação deflagrada em Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás cumpre 16 mandados, entre essa segunda (3) e terça-feira (4), contra organizações criminosas especializadas e voltadas à prática de crimes cibernéticos na modalidade fraude eletrônica.

Em Cuiabá, durante a operação ‘Laranja Podre’, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva contra dois homens e uma mulher nessa segunda-feira e um quarto investigado da capital está foragido.

Já nesta terça-feira foram cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca contra dois homens em Goiânia (GO) e em Aparecida de Goiânia (GO), respectivamente, além de outros dois mandados de prisão preventiva e busca e apreensão na cidade de Anápolis (GO) contra um casal.

Grupo criminoso era especializado em clonagem de WhatsApp e golpes do falso intermediador da venda de veículos usados, segundo a polícia. A quadrilha arrecadou cerca de R$ 2 milhões por meios das práticas criminosas.

Uma das investigadas, de 46 anos, moradora de Goiânia, não foi presa, pois, segundo o filho, ela viajou para o Texas, nos Estados Unidos, há um mês.

Todos as ordens judiciais foram expedidas pela Vara Criminal da Comarca de Frutal (MG).

De acordo com a Polícia Civil, o grupo criminoso era especializado em clonagem de WhatsApp e em golpes do falso intermediador da venda de veículos em todo o Brasil.

Documentos apreendidos durante a operação Laranja Podre — Foto: Polícia Civil
Documentos apreendidos durante a operação Laranja Podre — Foto: Polícia Civil

Clonagem e golpes

O Delegado João Carlos Garcia Pietro Júnior explicou que a clonagem e golpe do WhatsApp ocorrem de duas formas bastante comuns. Na primeira, os criminosos clonam o aplicativo de mensagens da vítima por meio de engenharia social e se passando por ela solicitam dinheiro dos parentes e amigos.

Na segunda, conhecido como golpe do WhatsApp, o criminoso utiliza dados públicos de uma pessoa, como nome e foto de perfil, e cria uma nova conta no aplicativo. Em seguida, entra em contato com os amigos ou familiares da vítima dizendo que trocou de número e inventa uma história para pedir dinheiro, solicitando valores de transferência via PIX para contas de terceiros.

Já o golpe do falso intermediador da venda de veículos usados, segundo o delegado, o golpista precisa enganar tanto o vendedor quanto o comprador do veículo utilizando de dois argumentos diferentes, um para cada vítima, e a “grande jogada” é que ele pretende que uma não converse com a outra sobre o meio de pagamento e o valor a ser tratado.

Na hora de fechar o negócio da transferência do veículo, o falso intermediário diz que não pode ir até o cartório porque está resolvendo uma situação e passa a conta de um terceiro “laranja”, momento em que a transferência é realizada para uma conta fornecida pelo criminoso, quando então as vítimas, logo após o pagamento pelo comprador, percebem que caíram em um golpe.

Somente em Minas Gerais, conforme investigado pela polícia, os criminosos aplicaram golpes nas cidades de Frutal, Belo Horizonte, Ponte Nova, Contagem, Pirapora, Mirabela, Paracatu, Sabará, Dores de Gunhaes, Teófilo Otoni, Cachoeira da Prata, Minas Nova, Ataléia, Vermelho Novo, Capim Branco, Entre Rios de Minas e Uberlândia, levando das vítimas a quantia aproximada de R$ 150 mil via PIX.

Ainda foram praticados golpes pelos investigados nos estados de Mato Grosso, São Paulo, Goiás e Amazonas.

As investigações policiais apontaram que a quadrilha arrecadou mais de R$ 2 milhões com a prática criminosa.

Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa e estelionato na modalidade fraude eletrônica. Ainda segunda a polícia, as investigações prosseguirão por meio de apuração do crime de lavagem de dinheiro para rastrear o dinheiro angariado pelos golpistas e identificar os outros autores da organização.

A operação policial foi denominada de “Laranja Podre”, porque muito integrantes da organização tem se passado por “laranjas”, quando na realidade são coniventes e estão envolvidos nos esquemas criminosos e práticas ilícitas.

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