‘Não é hora de bater boca em qualquer lugar’, diz Haddad sobre postura de Zema na renegociação da dívida de MG

Fonte: G1 Minas

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), criticou a postura de Romeu Zema (Novo) na renegociação da dívida de Minas Gerais com a União, pedindo que o governador seja mais “construtivo” e menos “conflitivo” com o Congresso Nacional.

Ministro da Fazenda saiu em defesa do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com quem se reuniu para discutir soluções acerca da dívida de Minas Gerais com a União.

O petista se referiu a episódios recentes de trocas de farpas entre o político do Novo e o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Em uma das ocasiões, o governador chamou de “falação” uma proposta apresentada pelo senador mineiro.

“O Zema, em vez de se aliar com o presidente Pacheco para resolver o problema, ataca nas redes sociais e na imprensa alguém que foi o único mineiro com autoridade a tomar providência com relação a isso. Na minha opinião, Zema não ajuda com esse tipo de conduta”, disse Fernando Haddad, em entrevista na manhã desta quinta-feira (7).

Zema e Pacheco enfrentam uma “queda de braço” em torno da renegociação da dívida de Minas Gerais com a União, hoje estimada em cerca de R$ 160 bilhões.

De um lado, o governador defende a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal; de outro, o presidente do Senado quer soluções alternativas que passem pela rediscussão desse valor, federalização de estatais e concessão de créditos à União.

Haddad ressaltou que, qualquer que seja a solução definida, terá que passar pelo aval do Senado e do governo federal e por isso, “não é hora de ficar batendo boca em qualquer lugar”.

Procurado pelo g1, o governo de Minas Gerais não se posicionou sobre as declarações do ministro.

A reunião com Pacheco fez parte de uma série de agendas de Haddad em Brasília com foco na discussão de pautas econômicas.

Ampliação do prazo da suspensão do pagamento da dívida

O ministro ainda citou a possibilidade de ampliação do prazo de suspensão do pagamento da dívida de MG com a União, atualmente estabelecido para 20 de dezembro próximo. Esse limite foi definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para haver tempo hábil para discussões de renegociações.

“Nós já havíamos discutido com o vice-governador de Minas que iríamos pedir para a Justiça um prazo até 31 de março do ano que vem para que Minas continuasse não pagando a dívida. Ou seja, dando um benefício adicional para o estado e o que a gente recebe em troca é um desaforo? Não faz sentido isso”, completou Haddad.

Na noite desta quarta-feira (6), o governo de Minas Gerais e o presidente da ALMG protocolaram uma ação no STF pedindo o adiamento do prazo para adesão do estado ao Regime de Recuperação Fiscal por 120 dias. Caso não haja essa ampliação, o Executivo teria que pagar inicialmente R$ 18 bilhões à União.

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