Fonte: G1 Triângulo e Alto Paranaíba
Pedro Augusto Ferreira Alves, de 8 anos, não resistiu e morreu após ficar cair e ficar preso por 18 horas dentro de um buraco de aproximadamente 8 metros de profundidade por 30 centímetros de diâmetro, em Carmo do Paranaíba. O menino foi retirado do local na manhã desta segunda-feira (22) por equipes do Corpo de Bombeiros.
Segundo informações da corporação, o garoto, que machucou uma das pernas na hora da queda e ficou entalado a uma altura de cerca de 6 metros, estava respondendo bem até aos chamados até por volta das 6h. Na hora do resgate, pouco antes das 10h, ele apresentava rebaixamento do nível de consciência e suspeita de parada cardiorrespiratória.
O acidente
Tudo teve início por volta das 15h de domingo (21), quando a criança saiu para brincar com uma prima. Eles foram em um local de obras, que, segundo a família, não havia sinalização. Durante a brincadeira, a criança escorregou e caiu no buraco. A mãe de Pedro, Paloma Barbosa, acompanhou o atendimento dos bombeiros.
“Ele disse ‘mamãe, eu vou brincar’. Ele estava com a prima dele quando vieram para cá. Ela contou que ele escorregou e caiu dentro do buraco. Pensamos que era uma brincadeira e, quando a gente chegou para ver, realmente ele tinha caído nesse buraco”, relatou a mãe.
Local “meticuloso”
Segundo o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, foram 16h horas até a retirada da vítima do local. Durante a ocorrência, diversas estratégias foram estudadas. O local era classificado pelos bombeiros como “meticuloso”, pois havia risco de desabamento de terra.
“Inicialmente foi tentado um içamento da criança. Aí depararam com a situação do terreno, que é uma área de aterro, oferecia muita instabilidade, e o içamento não teve êxito”, explicou o tenente-coronel dos bombeiros, Thiago Lacerda Duarte.
Após entenderam a situação, mais equipes foram chamadas no local e houve uma nova discussão para avaliar as táticas para o resgate. “Nós trouxemos o maquinário para fazer um acesso rampante, depois fizemos uma escavação horizontal, até mesmo manual, e conseguimos acessar o duto onde a criança estava presa”, completou o Duarte.
Momentos críticos
Ainda conforme o tenente-coronel, houve dois momentos críticos durante a ocorrência. O primeiro foi na hora de decidir qual foram seria a abordagem adotada, devido ao risco de desmoronamento de terra sobre a criança. Porém, a situação também oferecia risco aos militares.
A criança caiu em um buraco de 8 metros de altura, porém, ficou presa pela perna em profundidade de 6 metros, devido ao fato do buraco ser apertado. A tentativa final de resgate dos bombeiros ocorreu cavando um buraco paralelo ao que o menino caiu.
Pedro Augusto Ferreira Alves, de 8 anos, caiu na tarde de domingo (21), enquanto brincava em Carmo do Paranaíba. O garoto foi socorrido com vida, mas morreu tempos depois.
Em seguida, cavaram horizontalmente até chegar em um ponto um pouco abaixo de onde a criança estava. Enquanto a equipe cavava na horizontal, foi feita uma proteção para que não a terra não desabasse. Assim, foi possível chegar até onde o garoto estava, retirá-lo e levá-lo à superfície.
“Depois, na fase final da escavação horizontal, onde os militares tiveram que ficar na profundidade de 6 metros, correndo risco de o volume de terra do talude ceder sobre eles”, detalhou o militar.
Pedro Augusto também precisou de ajuda para se alimentar e receber oxigênio. “Ontem desde que chegamos, nós fizemos administração do oxigênio através de um duto […] Também descemos alimentação líquida para ele e mantivemos contato verbal com ele o tempo todo”, finalizou o tenente-coronel.
Ainda segundo os bombeiros, a temperatura em Carmo do Paranaíba chegou a 9ºC durante a noite. No entanto, dentro da cavidade, a marcação foi superior, mas não previsada ao certo pelos militares.
Saída do menino
Conforme os bombeiros, a retirada de Pedro do local ocorreu por volta das 9h45, cerca de 18 horas após a queda. Ele estava com baixo nível de consciência e com suspeita de parada cardiorrespiratória.
Em nota, a Prefeitura informou que foram realizados procedimentos para socorro imediato do menino e, em seguida, ele foi conduzido até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Adolpho Pereira de Rezende. Ele, no entanto, não resistiu e morreu. Não foi confirmado o momento exato do óbito, se a caminho do hospital ou já nas dependências da UPA.
Vinte bombeiros e voluntários trabalharam no resgate.