Sargento é indiciado por assassinato de tenente do Corpo de Bombeiros em Montes Claros

Fonte: G1 Grande Minas

A Polícia Civil indiciou o sargento Anderson Pinheiro Neves pela morte do tenente Rafael Veloso, de 42 anos. O crime aconteceu no dia 5 de maio deste ano, quando a vítima saía de casa para trabalhar. Ambos atuavam no Corpo de Bombeiros em Montes Claros.

“O autor foi indiciado por homicídio qualificado pela vingança praticada na perspectiva da premeditação em relação ao crime, por ter impossibilitado efetivamente a defesa da vítima com disparos a curta distância e nas costas e por ter tentado contra a vida de profissional de segurança pública constitucionalmente amparado pelo estado”, explicou o delegado Bruno Rezende.

Militar foi indiciado por homicídio qualificado, uso de documento falso e por violação de sigilo funcional. O g1 procurou pela defesa que informou que ‘recebe com muita serenidade o indiciamento, apesar de discordar de algumas questões que foram ali produzidas.’

O responsável pela apuração do caso ainda detalha que as investigações apontaram que o sargento cometeu mais dois crimes. O g1 procurou pela defesa e o advogado Marcus Vittorino informou que “a defesa recebe com muita serenidade o indiciamento, apesar de discordar de algumas questões que foram ali produzidas.” Ele ainda acrescentou que se “atém a efetivar a defesa do sargento na ação penal que irá se iniciar.”

“Uso de documento falso por uma carteira de identidade que ele subtrai no batalhão e efetivamente utiliza durante sua fuga e por violação de sigilo funcional para a obtenção de dados da vítima que o levaram até a residência onde eles tiveram a interpelação que levou ao assassinato.”

De acordo com Bruno Rezende, o documento usado foi deixado com o Corpo de Bombeiros por conta do atendimento de uma ocorrência de trânsito.

“O autor fez uma falsificação colocando sua própria foto no documento e fez efetivamente uso desse documento para se hospedar em hotéis em outro estado durante a fuga. Além disso, habilitou uma linha de telefonia celular com o nome desse terceiro criando um perfil para que pudesse não ser naquele momento localizado e preso”, detalhou.

Anderson Pinheiro, de 38 anos, foi preso no dia 9 de maio, quando se apresentou à polícia acompanhado de advogados. Na ocasião, ele entregou a arma usada no crime.

O sargento já está detido em decorrência de um mandado de prisão expedido pela justiça comum. Conforme o delegado, uma nova ordem de detenção, da justiça militar, foi cumprida em desfavor dele nesta quarta-feira (5).

Por meio de nota, o Corpo de Bombeiros informou que “instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar os fatos. O indiciado se encontra preso e à disposição da Justiça. O inquérito foi finalizado e enviado à Justiça Militar Estadual que dará prosseguimento ao caso.”

Motivação

Sobre a motivação do crime, o delegado diz que o próprio sargento confirmou que tinha desentendimentos com o tenente.

“Segundo o próprio autor, essa animosidade teria surgido já no início do trabalho em conjunto entre ambos, no final de fevereiro. A partir disso, o autor teria pretendido não trabalhar conjuntamente com a vítima, dada a impossibilidade, teria, supostamente, segundo ele em sua versão de defesa, ido até a residência para que conversassem e tentassem resolver isso. Segundo ele, ali teria tido uma nova discussão e ele efetuou os disparos.”

Testemunhas ouvidas pela Polícia Civil disseram que tinham informalmente conhecimento dos atritos entre ambos, mas que nunca imaginavam que a situação terminaria de forma trágica. A investigação apontou que não havia nenhum registro formal sobre os desentendimentos junto ao Corpo de Bombeiros.

Premeditação

Para o delegado, “o autor já nutria essa animosidade em relação à vítima e de fato pretendia tirar sua vida.” Bruno Rezende destacou que os levantamentos feitos durante a investigação permitem afirmar que o crime foi planejado.

“Em conclusão, é um crime efetivamente premeditado, com o planejamento da ação, inclusive [com o autor] tendo mantido vigilância no local dos fatos momentos antes do crime, ele fica na posse de valores em dinheiro em espécie, subtrai esse documento para poder falsificá-lo e utilizá-lo em hospedagem em hotéis e habilitar um chip de telefone e ele leva coisas consigo que são de uso pessoal e imediato que permitiram que ele efetivasse essa fuga”, exemplificou.

A quantia sacada um dia antes do crime foi de R$ 17 mil, aponta a investigação.

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