Toque de Letra

Por Antônio Célio

Quando o Coração não observa a razão

O futebol, assim como a política, em algumas situações a paixão clubística ignora a realidade dos fatos.

O diretor do Instituto Data Folha, Mauro Paulino, foi alvo de uma dessas incompreensões de torcedores que somente absorvem qualquer noticiário quando é favorável ao seu time de coração.

Em entrevista ao canal ESPN, Paulino afirmou que “o Cruzeiro é o time do povo” em Minas, baseado em uma pesquisa feita recentemente e divulgada nesta semana.

Ele revelou que recebeu uma ameaça de morte de um torcedor do Atlético, após uma pesquisa apontar os cruzeirenses como maioria no Estado.

Segundo pesquisa do Datafolha, a torcida do Cruzeiro é a quinta maior do Brasil, ao lado do Vasco com 4% dos brasileiros. O Galo é o décimo com  2% da preferência nacional. 

Considerando apenas a população do Sudeste, a torcida do Cruzeiro é a quarta maior, com 8%. Os torcedores da Raposa ficam atrás dos fanáticos de Corinthians (18%), Flamengo (17%) e São Paulo (11%). Segundo a pesquisa, a torcida celeste é maior que a do Palmeiras(7%) na região Sudeste.

Nos idos de 80, o Galo tinha a maior torcida em Minas e era considerado o “time da massa”. Com o período áureo do Cruzeiro, a partir dos anos 90, com a Era Perrela na direção, a torcida celeste cresceu assustadoramente como prenunciava o escritor e cronista esportivo Roberto Drumond de Andrade.

Drumond lançou a frase de que a torcida do Cruzeiro crescia como uma “China Azul”. Certamente as conquistas importantes conseguidas pelo clube nos últimos 29 anos atraíram muitos torcedores.

Todo profissional de imprensa na área esportiva torce por um clube, isso é inegável. O que não se pode é deixar esse amor por um time influenciar nas suas opiniões ou comentários. E, mesmo sendo sensato em suas observações, ainda assim o comunicador é incompreendido por alguns apaixonados.

Nunca neguei minha torcida pelo Cruzeiro e pelo Flamengo, mas não deixo a paixão sobrepor a razão. Se o time vai mal, mesmo que seja o que torço, não possa fugir da verdade.

E, assim mesmo, agente ainda é incompreendido. Já fui criticado por cruzeirenses que acham, e erradamente, que tendo nas minhas opiniões para o Atlético. Até imaginam que sou atleticano.

Nos meus comentários, não considero cor de camisa e nem clube, procuro sempre mostrar o que acontece com os clubes.

O que ocorreu com o diretor do Data Folha é um exemplo disso. Já diziam os matemáticos do futebol, contra os números não há argumentos.  

Até a próxima sexta-feira!

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