Tentativas de homicídio de sem-teto aumentam 43% em Minas Gerais

Fonte: TV Globo — Belo Horizonte

Entre janeiro e abril deste ano, houve um aumento de 43% nas tentativas de homicídio de pessoas sem-teto, se comparado com o mesmo período de 2020, de acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais.

Nesta terça-feira (18) um homem foi atacado enquanto dormia na Rua dos Tupis, no Centro da capital. Ele foi vítima de outro sem-teto, que é suspeito de tentar matar outras pessoas com uma panela de pressão. A vítima foi levada em estado grave para o hospital.

O dado é da Secretaria de Estado de Segurança Pública, referente aos meses entre janeiro e abril de 2021, em comparação com o mesmo período do ano passado. Nesta terça-feira (18), um homem foi atacado na capital, enquanto dormia.

Para o professor e pesquisador André Dias, a violência de fato teve um aumento, não só em relação à população de rua, mas na cidade como um todo.

“As ruas estão mais vazias e também é importante considerar um aumento significativo da precarização das vidas das pessoas. É importante que essas pessoas sejam cuidadas, é preciso que haja uma atenção especial a essas pessoas e não processo de criminalização das mesmas”, disse ele.

Belo Horizonte é a segunda cidade do Brasil com a maior população de sem-teto. São quase nove mil famílias vivendo nas ruas, de acordo com o Ministério da Cidadania. A pandemia piorou a situação de muitas delas que sobrevivem graças a projetos sociais.

Reginaldo Alberto dos Santos, de 43 anos, tinha uma vida tranquila em Santa Barbara, Região Central do estado. Ele veio para Belo Horizonte tentar um recomeço, mas sem emprego e sem dinheiro, precisou contar com a ajuda de um albergue no bairro Floresta, na Região Leste da capital. Já são cinco meses dividindo a noite com cerca de 400 pessoas.

“Saí da minha cidade por desentendimento com a familiar e excesso em algumas coisas, álcool, droga, vida mundana, aí foi onde eu vim parar aqui”, disse ele.

Mesmo com a vida dura, Reginaldo tem esperança no futuro.

“A minha mão de obra é na construção civil, trabalho de caseiro. Para ser sincero trabalho, no que for cabível a minha pessoa. Essa pandemia atrasou muito a situação no caso de emprego, mas que agora está voltando tudo ao normal. Tomara que as portas se abram para mim e pra todos”, falou.

O diretor de Proteção Especial da Prefeitura de Belo Horizonte, Régis Spíndola, disse que um dos principais desafios é articular o trabalho entre poder público e sociedade civil.

“A gente está falando das estratégias articuladas entre os serviços de assistência social com a empregabilidade e também com a própria promoção social e não exclusão dessa população”, disse ele.

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